Manaus, AM, 28 de março de 2007.
- Muitas vezes vemos pelos veículos de comunicação de massa as denúncias escabrosas do tratamento dispensado pelos bacharéis da área da saúde, não só em Manaus, mas pelo Brasil a fora.
- De repente, quando menos se espera, estamos envolvidos em situações de emergência médica. É nesses momentos que nos deparamos com a triste realidade da saúde prestada, seja pública ou paga a peso de ouro, apesar de que a pública é cara, pois todos nós pagamos os impostos mais altos do planeta e o retorno é uma vergonha nacional.
- No dia 24/03 levei um colega professor no pronto socorro da UNIMED. Na admissão constataram um estado febril de 39,9°C . A médica que atendeu não fez a ausculta necessária e limitou-se a ver a garganta do colega. Imediatamente prescreveu antibiótico e o dispensou. Tudo isto na minha presença.
- No dia 26/03 a febre continuava e seu organismo se debilitava a cada hora, não respondendo ao tratamento prescrito. Nesse mesmo dia ele retornou ao pronto socorro da UNIMED e um outro profissional lhe atendeu. Prescreveu novos medicamentos e, incrível, não fez a ausculta novamente.
- No dia 29/03 retornou pela terceira vez ao local de atendimento, pois já não tinha mais forças nem para caminhar. Um outro médico lhe atendeu e fez uma descoberta que os seus colegas medíocres ou desumanos não constataram: estava com um quadro de pneumonia acelerada. Foi baixado na enfermaria de imediato.
- Felizmente, com o tratamento certo ele ficou alguns dias internado e já esta de alta.
- Para continuar, ontem levei o meu filho ao Hospital Geral Militar no setor de emergência, pois estava prostrado, com muita cefaléia e um avançado estado febril de 38,5°C .
- O profissional que lhe atendeu fez uma meia ausculta e sem a iluminação correta conseguiu verificar, com os seus bons olhos, que a sua garganta estava infectada. Prescreveu um antitérmico e um medicamento para combater renite alérgica, o qual se mostraria ineficaz e dinheiro perdido.
- À noite a febre não cedia e no clarear do dia retornamos ao hospital, no setor de emergência, no qual ficamos mais de hora e meia para que ele fosse atendido. Muito tempo para um setor de atendimento de emergências. É sabido que por detrás de uma dor de cabeça repentina e com febre alta pode estar se desenvolvendo um quadro deletério e que o atendimento rápido pode ser a diferença entre morrer ou viver.
- Desta vez, felizmente, um outro profissional competente e não negligente fez o diagnóstico correto prescrevendo os medicamentos certos.
- Fiz a denúncia verbal da demora do atendimento ao Ouvidor do Hospital, o qual alegou falta de profissionais, que ao meu ver não justifica, pois tudo é pago pelo contribuinte e o certo seria contratar profissionais para suprir as deficiências. Suspeito que o numerário arrecadado esteja sendo contingenciado pela União, mas aí já é uma outra história onde os lesados seriam os usuários do sistema de saúde do Exército.
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- Fazendo uma análise dos fatos ocorridos verifico a existência de muitas deficiências que acometem esses profissionais da saúde. A principal é a desumanização para com os pacientes, vistos simplesmente como “res”[1] para alguns. Outros cometem erros crassos e uma minoria(?) parece que desenvolveram uma qualidade duvidosa: Atendem por telepatia.
- Boa parte desses erros médicos como a negligência, a imperícia e a imprudência começam já na faculdade. Os acadêmicos depois de formados acabam reproduzindo a má preparação com reflexos em suas atividades diárias. As conseqüências são vistas diariamente pelas mídias em geral dentro da nossa sociedade, principalmente pela classe proletária e pelas hordas de miseráveis.
- Os erros médicos, nos últimos anos, estão aumentando em progressão geométrica e o corporativismo é exacerbado entre eles, mas pode ser derrotado com boa técnica.
- Convém frisar que as falhas por desleixo e falta de atenção, ou em casos nos quais o médico não oferece os devidos cuidados ao paciente é caracterizado como NEGLIGÊNCIA. Que quando o médico realiza um procedimento para o qual não foi preparado fica caracterizado a IMPERÍCIA. Que quando o médico assume riscos que colocam em perigo o paciente, sem que exista amparo científico para essa decisão fica caracterizada a IMPRUDÊNCIA. São crimes a princípio culposos e tipificado no Código Penal pátrio, além de outros que podem chegar ao dolo.
- ACONSELHO A TODOS QUE SOFRERAM OU SOFREM POR ERROS DE MÉDICOS DE BUSCAREM A JUSTIÇA. NUNCA DESISTIREM DE OPOREM UMA AÇÃO JUDICIAL COMPETENTE E DIVULGAR NA MIDIA O OCORRIDO. AINDA TEMOS NO JUDICIÁRIO PESSOAS DECENTES, ÉTICAS, MORALISTAS E HUMANAS QUE ESTARÃO SEMPRE AGINDO COM EQUIDADE JUSTA.
- Em caso de erro médico, angariar provas e testemunhas, documentos em geral, ao fazer algum documento endereçado ao médico sempre em duas vias, sendo a segundo via assinada pelo recebedor, fazer o registro policial, encaminhar a denúncia ao CRM. Procurar as orientações de um bom ADVOGADO, desde que não seja negligente, imperito ou imprudente.
- Para encerrar fico me lembrando das palavras de Gandhi que chegou a ser advogado:
“A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal deve ser reprimida com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência”.
[1] “Res” é do latim e significa “coisa”.