quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

RENOVAÇÃO DOS VOTOS DE LUZ PARA 2011

- A todos os que, direta ou indiretamente, fixaram marcos em nossas vidas terrenas dedicamos essas poucas palavras para o ano de 2011.

- É o momento de profundas reflexões dos atos e dos pensamentos que foram semeados durante o ano que se finda. As conseqüências dessa semeadura estão sendo colhidas ou ainda serão colhidas em algum momento.

- Por esse caminho, basta ver a degradação socioambiental planetária e o afastamento acentuado dos princípios e virtudes que deveriam de manter uma sociedade Justa e Perfeita em equilíbrio com o universo. Grande parte desta sociedade está voltada apenas para o individualismo, para a negação do coletivismo e para o consumismo irresponsável que devasta o planeta, leva a extinção milhares de espécies e condena milhões de pessoas à miséria e a falta de conhecimentos vitais.

- Podemos romper com esse círculo degradante, o qual, continuamente, se repete por força dos atos e pensamentos de milhões e, para tanto, nós renovamos e desejamos para o ano de 2011 muitas felicidades com muitas conquistas para todos aqueles que buscam ou já estão trilhando o Caminho do Meio, que pensam e aplicam na equidade, na justiça e na retidão. Para todos esses, desejamos a continuidade da precisão na execução da fala correta, da compreensão correta, do pensamento correto, da ação correta, do meio de vida correto, do esforço correto, da atenção plena correta e da concentração correta.

- Realmente nós desejamos um feliz e próspero ano novo de 2011 para os que tenham vontade na aplicação dos bons conhecimentos, aliados a tecnologia correta para uma sociedade mais Justa e Perfeita, para que possa estar em perfeito equilíbrio com as leis que regem a vida e todo o universo da nossa dimensão.

- Para os materialistas; terroristas; consumistas exacerbados; fanáticos do capitalismo desumano; dos ditadores de direita e de esquerda, embriagados pelo dinheiro e poder e de muitos religiosos ensandecidos, deixamos a nossa compaixão, pois estes, mesmo sem saberem, disseminam apenas ilusões de uma falsa felicidade e são contrários a vida em toda a sua biodiversidade e, por conseguinte, ao próprio equilíbrio planetário de Gaia (Terra).

- Enfim, desejamos a todos vocês que estão no Caminho do Meio ou na sua procura que 2011 possa ser mais um marco para que alcancem mais um degrau para as mudanças necessárias do eu interior, o que, indubitavelmente, irá refletir nos atos e pensamentos para uma sociedade humana mais Equilibrada, Justa, Fraterna e Perfeita.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

AS CHAMAS DAS VIRTUDES CONTINUAM VIVAS PARA MUITOS

- Revendo algumas das sábias e célebres frases de Rui Barbosa e comparando com aquilo que vivenciamos na atualidade, verificamos que houve um grande desenvolvimento nas áreas tecnológicas, muitas voltadas para o consumo exacerbado, sem limites e predador, temos um desenvolvimento desmesurado da criminalidade gerada, entre outras causas, pelas grosseiras falhas educacionais em nível de família e Estado. No campo ético e moral, infelizmente, o desenvolvimento foi um tanto lento e apático, o que enfraquece a República brasileira.

 - Da época de Rui Barbosa para a atual, o crescimento da falta de princípios dignos no agir e no falar deixam transparecer o desrespeito para com todas as formas de vida, o desrespeito pela propriedade alheia e o desrespeito para com a sexualidade, apesar das leis articuladas, porém constantemente desrespeitadas, muitas vezes pelo próprio governo.

- Outrossim, na época atual a mentira é enaltecida em prejuízo da verdade e o crime se organiza em nível de governo, com reflexos para todos os governados.

- Por esse caminho tortuoso, pessoas de extrema má índole conseguem galgar os postos políticos, cometem todos os crimes possíveis de lesa-pátria e ainda conseguem se manter no poder, para o descrédito dos bons cidadãos, da própria Democracia e da República.

- Mas, felizmente, ainda cremos em mudanças revolucionárias, com ajuda daqueles que ainda não sucumbiram pelos encantos da corporatocracia desumanizada, pela corrupção entranhada em meio aos governantes e governados e pelo crime organizado  do tráfico de pessoas, armas, órgãos humanos e drogas. 

- Acreditamos que a fala correta, a ação correta, a compreensão correta, o pensamento correto, o meio de vida correto, o esforço correto, a atenção plena correta e a concentração correta de alguns governantes e parte dos governados poderão ainda sobrepujar o atual descalabro que assola a República brasileira a decênios, eliminando assim sofrimentos diversos e o descrédito nas instituições republicanas.

- Destarte, acreditar, a exemplo de Rui Barbosa, é necessário para que a chama revolucionária não se apague e agir no momento certo para que a razão se  sopreponha a emoção, que a verdade seja vitoriosa com o banimento dos maus brasileiros  da vida pública e punições severas dos vários criminosos que estão no poder e entre os governados.

- Portanto, na esperança de dias melhores, para fortalecer a chama revolucionária, a qual  com a sua luz mantém vivos os bons princípios de uma Nação Justa e Perfeita , finalizamos com o lume das palavras do eminente corifeu e jurista Rui Barbosa:


- “Meu País conhece o meu credo político, porque o meu credo político está na minha vida inteira. Creio na liberdade onipotente, criadora das nações robustas; creio na lei, emanação dela, o seu órgão capital, a primeira das suas necessidades; creio que, neste regime, não há poderes soberanos, e soberano é só o direito, interpretado pelos tribunais; creio que a própria soberania popular necessita de limites, e que esses limites vêm a ser as suas Constituições, por ela mesma criadas, nas suas horas de inspiração jurídica, em garantia contra os seus impulsos de paixão desordenada; creio que a República decai, porque se deixou estragar confiando-se ao regime da força; creio que a Federação perecerá, se continuar a não saber acatar e elevar a justiça; porque da justiça nasce a confiança, da confiança a tranqüilidade, da tranqüilidade o trabalho, do trabalho a produção, da produção o crédito, do crédito a opulência, da opulência a respeitabilidade, a duração, o vigor; creio no governo do povo pelo povo; creio, porém, que o governo do povo pelo povo tem a base da sua legitimidade na cultura da inteligência nacional pelo desenvolvimento nacional do ensino, para o qual as maiores liberalidades do tesouro constituíram sempre o mais reprodutivo emprego da riqueza pública; creio na tribuna sem fúrias e na imprensa sem restrições, porque creio no poder da razão e da verdade; creio na moderação e na tolerância, no progresso e na tradição, no respeito e na disciplina, na impotência fatal dos incompetentes e no valor insuprível das capacidades.

- Rejeito as doutrinas de arbítrio; abomino as ditaduras de todo o gênero, militares ou científicas, coroadas ou populares; detesto os estados de sítio, as suspensões de garantias, as razões de Estado, as leis de salvação pública; odeio as combinações hipócritas do absolutismo dissimulado sob as formas democráticas e republicanas; oponho-me aos governos de seita, aos governos de facção, aos governos de ignorância; e, quando esta se traduz pela abolição geral das grandes instituições docentes, isto é, pela hostilidade radical à inteligência do País nos focos mais altos da sua cultura, a estúpida selvageria dessa fórmula administrativa impressiona-me como o bramir de um oceano de barbaria ameaçando as fronteiras de nossa nacionalidade”. (" Resposta a César Zama". Discurso no Senado Federal em 13 de outubro de 1896. Obras Completas de Rui Barbosa, Vol. XXIII, 1896, tomo V, p. 37-38).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE

- No jornal A Folha de Boa Vista colocaram uma manchete com o seguinte título: “Especialistas dizem que a renovação na política é aparente”(1) comentando que os eleitos ou reeleitos são os políticos de sempre, que o poder permanece nas mãos dos grupos de sempre. Que alguns novos nomes, na realidade não saem do acaso e pertencem a grupos políticos dominantes. Que a renovação na Assembléia Legislativa não terá influencia direta nos destinos de Roraima etc.
- Para nós, alguma das causas para a permanência desses grupos que se revezam no poder do Estado a cada pleito e até mesmo na maioria dos Estados federativos tem endereço certo. O bordão popular “Cada povo tem o governo que merece” deixa bem claro a situação da renovação aparente dos políticos.
- Algumas das causas reais dessa renovação aparente estão centradas no declínio das virtudes cívicas e desestruturação dos valores familiares, na falta de conhecimento das massas ignaras sobre a organização social e política da nossa Nação, na falta de amplos conhecimentos sobre educação moral e cívica e amplas noções para os problemas sociais graves que afligem o nosso Estado e outras regiões brasileiras.
- Nesse sentido, essas noções declinaram muito nas últimas décadas. Basta ver o aumento intensivo da criminalidade e a desvalorização da vida. Basta ver o domínio da mídia televisiva, com honrosas e raras exceções, programando e alienando o povo ignaro com os seus programas circenses alienantes. Basta ver o descalabro do declínio da educação pública oferecida pelos governos sucessivos, não apenas em Roraima, mas em grande parte dos demais Estados federativos. Basta ver as centenas de analfabetos funcionais terminando o Ensino Médio, os quais possuem grandes dificuldades na leitura e na escrita, além da maioria ter poucas condições de realizar uma singela crítica de um texto qualquer e, o pior, acabam ingressando em alguma universidade ou faculdade particular de péssima qualidade.
- Tudo isto propicia, na área da política, o aparecimento de aventureiros e oportunistas que conseguem se reeleger ou se eleger usando de todas as artimanhas ignóbeis possíveis, até mesmo a compra de votos em troca de algumas moedas, muitas vezes oriundas do erário público, do tráfico de armas ou até mesmo do comércio das drogas.
- Enquanto tudo isso perdurar não haverá mudanças substanciais, pois os oportunistas e aventureiros estão exatamente no lugar certo e dificilmente irão influenciar para uma mudança substancial na educação do povo, o qual, em sua maioria, está corrompido pela falta de valores éticos, familiares e morais.
- Infelizmente, a famosa frase do eminente MARTIN LUTHER KING é bem propicia para a atual calamidade social e política em que estamos imersos: “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.”
- É somente com o desenvolvimento de civismo, da cidadania, da moralidade para com as coisas públicas e da ética é que realmente se poderá higienizar a política, reduzindo as margens dos aventureiros e oportunistas ao mínimo.
- Portanto, enquanto essas mudanças não ocorrem, o povo tem o governo que merece nas áreas da educação, da segurança, da saúde e do saneamento básico.
- E, por fim, parabenizamos aos novos e velhos oportunistas e aventureiros pelas conquistas alcançadas nas eleições de 2010. Usufruam do poder e do dinheiro público enquanto puderem, pois ainda temos esperanças de que as mudanças, em curto prazo, possam acontecer e esperamos que venham a galope para o bem da República e da verdadeira democracia.
(1) http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=95675

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

DEFESA DA DEMOCRACIA: UM MANIFESTO PERFEITO

“Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo. Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático. É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais. É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos. É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle. É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade. É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há ”depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no ”outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado. É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses. É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo. É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário. Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo. Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade. Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.”
REFERÊNCIA:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100922/not_imp613388,0.php)
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Pessoas ilustres e conscientes do perigo que ronda os nossos direitos civis e a própria Nação que são signatários do manifesto pela democracia: jurista Hélio Bicudo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola, o poeta Ferreira Gullar, d. Paulo Evaristo Arns, os historiadores Marco Antonio Villa e Bóris Fausto, o embaixador Celso Lafer, os atores Carlos Vereza e Mauro Mendonça, a atriz Rosamaria Murtinho, a professora Lívia Krebsky Pena, o colunista John Kleber Pena, Prof. Jose Afonso da Silva – Jurista e ex secretário de segurança, Aristides Junqueira – ex procurador Geral da Republica, Peter Greiner – ex Secr. nacional de Energia elétrica, Carlos Henrique de Brito Cruz – ex presidente da FAPESP, Nelson Barrizzelli – FGV, Vanda Scartezini – ex presidente do INPI, Regis Bonvicino – escritor e Juiz de Direito, Carlos alberto Abaurre Cabral – advogado – Espirito Santo, Carlos Eduardo Moreira Ferreira (ex Presid FIESP), D. Luis Gonzaga Bergonzini (bispo de Guarulhos) etc.
REFERÊNCIA:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100922/not_imp613388,0.php
http://www.defesadademocracia.com.br
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Você também pode assinar este manifesto. Não deixe a nossa DEMOCRACIA QUE AINDA É IMPERFEITA E COM POUCOS ANOS DE EXISTÊNCIA ser tragada pela corrupção de maus brasileiros infiltrados nos três poderes da República.
Acesse: http://www.defesadademocracia.com.br/ e assine.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

JUDICIÁRIO COMPROMETIDO COM POLÍTICOS

- A reportagem denunciação abaixo transcrita escancara um judiciário com muitos dos seus integrantes prostituídos e comprometidos com a súcia instalada nos poderes da República. Nada mais me espanta e o mais lastimável é que a tão propalada democracia vai aos poucos perdendo terreno exatamente pelas mãos do povo alienado e programado para eleger e reeleger criminosos e oportunistas. O maior perigo ainda estará por vir quando o Estado se transformar em um “Estado Policial” nos moldes dos EUA, gerenciado pelos choldras que estarão no poder, os quais não terão a menor complacência em exterminar com vários direitos civis conquistados dentro do nosso curto período democrático imperfeito, sob as mais diversas alegações, tais como uma maior segurança para o povo, além de continuarem pactuando criminosamente com a corporatocracia globalizada. Teremos assim, a curto prazo, uma ditadura civil instalada disfarçada de democrática, com os poderes da República concentrado nas mãos de apenas uma pessoa, ou algumas pessoas e, talvez o pior de tudo, com o apoio do povo alienado e dos Estados.

- Leiam a reportagem abaixo enquanto ainda há tempo, pois a imprensa livre e democrática vem sendo perseguida sistematicamente pelos donos do poder.

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REVISTA VEJA | JUSTIÇA

A Corte dos Padrinhos

A nova corregedora do Conselho Nacional de Justiça diz que é comum a troca de favores entre magistrados e políticos.

A ministra Eliana Calmon é conhecida no mundo jurídico por chamar as coisas pelo que são. Há onze anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana já se envolveu em brigas ferozes com colegas — a mais recente delas com então presidente César Asfor Rocha. Recém-empossada no cargo de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra passa a deter, pelos próximos dois anos, a missão de fiscalizar o desempenho de juizes de todo país. A tarefa será árdua. Criado oficialmente em 2004, o CNJ nasceu sob críticas dos juizes, que rejeitavam idéia de ser submetidos a um órgão de controle externo. Nos últimos dois anos, o conselho abriu mais de 100 processos para investigar a magistratura e afastou 34.

Em entrevista a VEJA, Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama. Ela diz que o Judiciário está contaminado pela politicagem miúda o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua são os patrocinadores das indicações dos ministros.

Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?

Durante anos, ninguém tomou conta dos juizes, pouco se fiscalizou, corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juizes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão. 

 A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende desssa troca de favores?

O ideal é que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário. 

Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?

Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Poder Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.

A tese que a senhora critica foi usada pelo ministro César Asfor Rocha para trancar a Operação Castelo de Areia, que investigou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a vários políticos.

É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve ser considerada. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdadeira, e a investigação chega ao tribunal com todas as provas, você vai desconsiderar? Tem cabimento isso? Não tem. A denúncia anônima só vale quando o denunciado é um traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder.

Existe essa relação de subserviência da Justiça ao mundo da política?

Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político.

Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.

Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: “Claro, se não tivesse, não estaria aqui”. Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.

No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?
Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicacão política.
 Há um assunto tabu na Justiça que é a atuação de advogados que também são filhos ou parentes de ministros. Como a senhora observa essa prática?

Infelizmente, é uma realidade, que inclusive já denunciei no STJ. Mas a gente sabe que continua e não tem regra para coibir. É um problema muitio sério. Eles vendem a imagem dos ministros. Dizem que têm trânsito na corte e exibem isso a seus clientes. 

 E como resolver esse problema?

Não há lei que resolva isso. É falta de caráter. Esses filhos de ministros tinham de ter estofo moral para saber disso. Normalmente, eles nem sequer fazem uma sustentação oral no tribunal. De modo geral, eles não botam procuração nos autos, não escrevem. Na hora do julgamento, aparecem para entregar memoriais que eles nem sequer escreveram. Quase sempre é só lobby.

Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?

Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a “juizite”.

 
 

Fonte: Revista Veja – Ed. 2184.

(Extraído do site http://www.oabpa.org.br)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

UM PEQUENO GANHO CONTRA A CRIMINALIDADE POLÍTICA

- Sinais dos tempos? Deputado federal José Tatico, candidato a reeleição, é condenado a prisão pelo Supremo Tribunal Federal antes do crime prescrever. Isto demonstra uma pálida nova realidade na tentativa de impedir que o crime organizado ou não se expanda cada vez mais entre os políticos e prejudique ainda mais o breve período democrático em que estamos vivendo.
- Nesse sentido, para as pessoas que ainda cultivam virtudes cívicas, pensamentos corretos, ações corretas, sabedoria correta e meio de vida correto é difícil de aceitar que políticos voltados para o crime estejam sendo eleitos ou reeleitos por uma grande parcela de um povo marionetado e sem virtudes, o qual troca seu voto por uma quinquilharia qualquer ou então receber em troca algumas migalhas do butim desviado do erário público ou oriundo do crime organizado (tráfico de drogas e armas).
- Por outro lado, deveria de prevalecer um Estado fundamentado exclusivamente no Império das Leis, com penas bem mais duras para políticos criminosos e sem direito as dezenas de recursos que a lei prescreve, mas vejam que é no legislativo que as leis são forjadas e entre os políticos corretos estão os sem ética, os sem caráter, os violentos e os corruptos, além dos lobbies de caráter duvidosos. Por isso é que as mudanças são lentas e vão minando lentamente a própria democracia e colocando em risco os nossos direitos conquistados a duras penas.
- É interessante observar que esse parlamentar, vem se reelegendo a longas décadas, apesar dos vários indícios em crimes diversos, como até mesmo acusação por furto de carga.
- Esse Ilmo. Senhor já foi parlamentar em Brasília, deputado por Goiás e agora pretende se reeleger por Minas Gerais. É ou não é o Império do Crime se fortalecendo cada vez mais dentro do nosso regime democrático?
- Outrossim, hoje, os ministros do STF se reúnem para decidir se a Ficha Limpa já vale para esse pleito eleitoral de outubro. Pelo Visto temos cinco ministros que acham que a validade deveria de ser apenas para o pleito eleitoral seguinte e não para agora. Se decidirem que a validade não seja para essas eleições teremos que agüentar a reeleição e eleição de dezenas de criminosos e, infelizmente, até o próximo pleito dezenas de crimes irão se prescrever por culpa da lentidão judicial.
- De qualquer maneira, não deixa de ser um ganho para a sociedade não marionetada, a condenação do deputado José Fuscaldi Cesílio (José Tatico), o qual já está com 70 anos e foi condenado a sete anos de prisão, em regime semiaberto, por crime contra a previdência e sonegação fiscal.
- Por fim, na realidade, para esse deputado o crime compensou e já fez tudo o que devia de fazer para o bem de alguns poucos. É assim que marcha a Nação e isso tem que mudar enquanto ainda há tempo.
Referências:
http://www.jusbrasil.com.br/politica/5925293/stf-condena-deputado-a-7-anos-de-prisao-em-regime-semiaberto
http://www.senado.gov.br/noticias/Radio/programaConteudoPadrao.asp?COD_TIPO_PROGRAMA=4&COD_AUDIO=31571
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE68M0U920100924
http://www.luisnassif.com/profiles/blogs/tatico-condenado-a-sete-anos