segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

QUE 2013 SEJA UM MARCO DE LUZ PARA TODOS


- A todos os que, direta ou indiretamente, participaram durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano de 2012, do atual calendário Gregoriano, e deixaram marcas indeléveis na nossa consciência, influenciando o nosso aprendizado nesta curta existência terrena, dedicamos essas poucas palavras para o ano novo de 2013 que se inicia.

- É o momento de profundas reflexões dos atos e dos pensamentos que foram semeados durante o ano que se finda. As conseqüências desta semeadura, em algum momento, terão que ser colhidas, independente da nossa vontade.

- É importante que fique registrado que, lamentavelmente, pela insanidade de muitos, presenciamos durante todo o ano de 2012, a banalização da vida, o aumento da degradação socioambiental planetária, o aumento do comércio de escravos humanos e o afastamento acentuado de muitos dos princípios e virtudes, os quais deveriam de manter e nortear uma sociedade mais Justa e Perfeita, em equilíbrio com o Universo. Grande parte dessa sociedade excludente está voltada apenas para o individualismo, para a negação do coletivismo e para o consumismo irresponsável, o qual devasta o planeta, levando a extinção milhares de espécies indefesas. Tal situação condena milhões de seres humanos à miséria total e a falta de conhecimentos vitais. Tudo isto para favorecer o atual sistema capitalista desviante, o qual é predador e contrário a própria vida.

- Outrossim, estamos vivendo a era da estupidez, mas ainda podemos romper com esse círculo degradante, o qual, continuadamente, se repete por força dos atos e pensamentos de milhões e, para tanto, nós renovamos e desejamos, mais uma vez, para o ano de 2013, muitas felicidades com muitas conquistas positivas para todos aqueles que buscam ou já estão trilhando o Caminho do Meio; que pensam e aplicam na equidade, na justiça e na retidão. Para todos esses, desejamos a continuidade da precisão na execução da fala correta, da compreensão correta, do pensamento correto, da ação correta, do meio de vida correto, do esforço correto, da atenção plena correta e da concentração correta.

- Realmente nós desejamos um feliz e próspero ano novo de 2013 centrado para todos aqueles que tenham vontade na aplicação dos bons conhecimentos, aliados a tecnologia correta para uma sociedade bem mais Fraterna, Justa e Perfeita, para que todos possam estar em perfeito equilíbrio com as leis que regem a vida e todo o universo. É aí que está a verdadeira felicidade. 

- Para os políticos maquiavélicos, para os arquitetos do terror; para os senhores das guerras; para os consumistas exacerbados; para os fanáticos do capitalismo desumano; para os ditadores de direita e de esquerda e de muitos religiosos ensandecidos pelo fanatismo, deixamos a nossa compaixão, pois estes, mesmo sem saberem, disseminam apenas ilusões de uma falsa felicidade e são contrários a vida em toda a sua biodiversidade e, por conseguinte, ao próprio equilíbrio de Gaia (Terra).

- Enfim, desejamos a todos vocês que estão no Caminho do Meio ou na sua procura que o ano de 2013 possa se tornar em um marco especial para que todos possam alcançar, verdadeiramente, mais um degrau para as mudanças necessárias do eu interior, o que, indubitavelmente, irá refletir no mundo que nos cerca.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

COMO CRIAR UM DELINQUENTE: UM ALERTA AOS PAIS

Um magistrado espanhol (Emílio Calatayud) publicou em seu livro, em 2007, com uma pitada de ironia, dez regras básicas para desenvolver um comportamento delinquente nos filhos.

Outrossim, o autor deveria de ter colocado nesse decálogo a influência perniciosa de inúmeros programas impulsionadores para o crime, transmitidos por aquele aparelinho que ocupa um lugar nobre dentro das nossas residências, a televisão.

É inquestionável que milhares de jovens aderem a pérfidos costumes, influenciados por novelas licenciosas, por programas burlescos, por filmes pornográficos e violentos etc, além da influência de enxertos subliminares inseridos em muitos desses programas com o objetivo de influenciar o subconsciente das crianças, dos adolescentes e dos adultos. Tudo isto sem nenhum tipo de controle. Tudo em nome da liberdade, o que, infelizmente, acaba virando libertinagem. Isto é interessante para muitos dos que estão no poder (políticos corruptos) e gigantescas empresas transnacionais (corporatocracia).

Por outro lado, as regras citadas pelo magistrado já estão sendo aplicadas a décadas por muitos pais incautos ou já dominados pelo sistema e o resultado vergonhoso é esse que vemos todos os dias pelas mídias.
Além disso, esse decálago também se faz presente nas atitudes, pouco recomendáveis, em muitos dos nossos filhos, dos filhos dos nossos vizinhos e dos filhos dos nossos parentes.

Enfim, parafraseando o decálago do Excelentíssimo  Sr. Dr. Juiz:


1ª – Comece desde a infância a dar ao seu filho tudo o que este lhe peça. Deste modo ele crescerá convencido de que o mundo inteiro lhe pertence;

2ª – Não se preocupe com a sua educação ética ou moral. Espere que ele atinja a maioridade e possa, então, decidir livremente;

3ª – Quando ele disser palavrões, ria-se. Assim estará a encorajá-lo a fazer mais coisas engraçadas;

4ª – Não o chame á atenção nem lhe diga nunca que está mal, algo que ele tenha feito. Poderia desenvolver-lhe sentimentos de culpabilidade;

5ª – Recolha tudo o que ele deixar espalhado pelo chão: livros, sapatos, roupa, brinquedos…deste modo adquirirá o hábito de atribuir a responsabilidade aos outros;


6ª – Deixe-o ler tudo o que lhe vier parar ás mãos. Preocupe-se com a esterilização dos seus pratos, talher e copos, mas não se preocupe que o seu cérebro se encha de lixo;

7ª – Discuta com frequência com o seu cônjuge na presença do seu filho, deste modo, ele não sofrerá muito no dia em que a família, devido ao seu próprio comportamento, se desfaça e fique destroçada para sempre;

8ª – Dê-lhe todo o dinheiro que queira gastar, não vá ele suspeitar que para dispor do mesmo, seja necessário trabalhar;

9ª – Satisfaça todos os seus desejos, vontades, caprichos e prazeres. O sacrifício e a austeridade poderiam provocar-lhe frustrações;

10º – Ponha-se do seu lado em qualquer conflito que tenha com os seus professores ou vizinhos, etc. Pense que todos eles querem prejudicar o seu filho e que na verdade apenas o querem aborrecer.

Referência
Calatayud, E. (2007). Reflexiones de un juez de menores. Colección Almínares. Granada: Libros Dauro. Nº 96.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

FAVORECIMENTO DO CRIME

"Só pelo conhecimento se pode evitar a criminalidade" Maurice Cusson

Um crime(1) acabou de chamar a atenção de milhares de pessoas para a situação caótica de insegurança que todos os brasileiros estão vivendo.

A pediatra gaúcha Simone  Teixeira Napoleão foi baleada em uma tentativa de roubo do  seu carro, em Porto Alegre, na terça feira (2/10/12), por dois meliantes, um de 18 anos e o outro com 21 anos de idade, ambos com diversas passagens pela polícia.  Um dos criminosos ainda disparou com a sua arma contra duas pessoas conhecidas que tentavam ajudar a médica e que por sorte não foram atingidas.

Segundo a médica, ela pediu aos meliantes para que pudesse retirar seus dois pequenos cachorros do carro. Isto irritou um dos marginais, o qual, imediatamente, a condenou a morte, disparando a arma de fogo contra a vítima, não demonstrando a menor complacência.

Na sequência, aumentando a reação dos populares do local, e com a chegada da Polícia Militar gaúcha, os facínoras fugiram, porém algum tempo depois foram presos pela competente equipe policial. Os marginais admitiram o crime. Até ai tudo bem!

Com os meliantes já presos, o juiz de plantão ordenou a soltura(2) dos marginais, de alta periculosidade, alegando a falta de um pedido de prisão preventiva por parte do MP. O documento pelo visto seria mais importante do que  a vida dos cidadãos ou da médica baleada. Tal atitude injusta, porém legal, também revoltou um major da PM(3).

Sendo assim, os marginais saíram pela porta da frente da delegacia, enquanto a  vítima continuava hospitalizada e, é óbvio, ainda mais traumatizada com a soltura dos meliantes por ordem do Estado, o qual deveria de dar mais segurança e proteção para os cidadãos de bem. 

Posteriormente, na quarta feira, o auto de prisão chegou, mas os suspeitos já estavam em liberdade e, para piorar, só poderiam ser presos na terça feira (9/10/2012), após as eleições, obviamente por estarem protegidos pela lei eleitoral brasileira, criada por um legislativo, como sempre,  de pouca credibilidade.

Aliás, os criminosos em geral, em todo os País, devem de ter aproveitado o momento das eleições, pois, de uma certa maneira, lhes foi dada uma carta em branco para furtarem, roubarem, matarem, estuprarem etc., ou seja, pela lei ninguém pode ser preso ou detido, exceto em flagrante delito, ou com mandado de prisão e desrespeito a salvo-conduto. Fora disso todos os criminosos estão protegidos pela legislação eleitoral e só poderão ser presos após as eleições. Uma verdadeira maravilha para os criminosos no País da criminalidade e da injustiça.

No contexto do assalto à médica, o juiz agiu corretamente ao determinar a soltura dos marginais?  Na realidade o juiz não inovou nada, apenas se utilizou das ferramentas que o Estado lhe forneceu, ou seja, leis que mais protegem marginais do que a população. Ainda neste contexto temos uma justiça criminal altamente corporativa, burocrata e, o pior de tudo, descompromissada com a falta de segurança pública, o que  vem se estendendo por todo o território nacional.

Por essa vertente, o medo toma conta de todos nós. Quem desde o cidadão comum as muitas autoridades do Estado não manifestam uma grande preocupação com o crime? Quem desde o cidadão honesto aos políticos corruptos e os próprio delinquentes em geral não estão com medo do crime?

Estamos todos vivendo nesta sociedade  cada vez mais repleta de riscos, de incertezas e de angustias. É a sociedade de altos riscos. É a sociedade da  barbárie com a inversão dos valores e a destruição da instituição familiar. É a sociedade do descaso para com as vítimas da criminalidade generalizada que assola o País. É a sociedade de castas criadas pelo Estado deteriorado de valores democráticos e o abrandamento dos crimes cometidos por estas próprias castas. Devemos dizer adeus a democracia legítima e dar boas vindas a ditadura das minorias?  E isto que nos espera?

O crime cometido contra a Dr. Simone deveria de provocar a sociedade organizada a forçar  as mudanças necessárias para por fim a insegurança que estamos vivendo. E não me venham dizer que a Constituição impede as mudanças necessárias. O povo pode derrubar governos e mudar a Constituição para suprimir os entraves da insegurança que vivemos, suprimir a corrupção desenfreada do Estado, cujas leis mais protegem corruptos e criminosos do que o cidadão honesto, o qual já paga os mais altos impostos do mundo e principalmente os mais pobres, pois os ricos são os que pagam menos impostos.

O crime é um fenômeno inerente a todas as sociedades. A situação está sob controle quando atinge patamares aceitáveis, porém quando ele recrudesce a níveis estratosféricos, sem controle, como vem acontecendo em nosso País, a situação se aproxima de uma guerra civil não declarada. Aliás, as centenas de mortes que vem ocorrendo no Brasil por latrocínio e homicídio são superiores aos números de mortes de muitos países mergulhados em guerras há vários anos.

Outrosssim, tudo isto aliado as incivilidades, insegurança e delinquência generalizada vai nos conduzindo para caminhos cada vez mais obscuros e podem, definitivamente, acabar com a democracia e, o pior de tudo, permitir a eles  a chance de estabelecerem um controle social não sobre os marginais em geral, mas sim sobre toda a população, com a perda de vários direitos civis sob pretexto de proporcionar mais segurança.

Espero que o caso da Dra. Simone, possa servir de mais um alerta, para o descaso do Estado para com as vítimas de crimes e o favorecimento de criminosos que são beneficiados por uma legislação (hiper)garantista, a qual favorece principalmente os políticos corruptos e os endinheirados.      

E assim vamos, não sei para onde, mas os caminhos são perigosos, repletos de ilusões e fantasias para o povo marionete. A hora que os cordéis se romperem, esse povo poderá, finalmente, participar das decisões importantes para a soberania nacional e da segurança social, pois o governo escolhido por eles (o povo) será bem mais justo e perfeito.      

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

PAÍS DAS CASTAS SOCIAIS

O texto abaixo foi escrito pelo professor Ives Gandra, em tom de desabafo. Uma coisa é certa, o País em que vivemos é racista e descriminador, desde a invasão destas terras pelos portugueses, no ano de 1500. 

Sendo assim, os últimos governos republicanos oficializaram a existência de castas sociais, o que poderá acirrar ainda mais a descriminação e o racismo.

O mais interessante desses governantes demagogos e oportunistas é que se esqueceram de dar uma proteção diferenciada para os brasileiros pardos, os quais também são discriminados (basta olhar quem é a maioria dos encarcerados nos presídios brasileiros). 

Os pardos não são enquadrados como descendentes de africanos, de índios e tampouco de quilombolas, embora a maioria tenha os genes de índios, negros e brancos e por isso ficaram de fora. A exceção é para a casta dos homossexuais, o que poderá beneficiar um pardo homossexual dentro da legislação específica protetiva.

Nesse contexto os brancos (grande maioria com genes de negros e índios), principalmente os brancos pobres, serão mais discriminados e terão menos direitos do que os integrantes das novas castas protegidas por leis duvidosas criadas por um legislativo de pouca credibilidade.

Vejamos o texto do Dr. Ives Gandra.

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NÃO SOU NEGRO, NEM ÍNDIO, NEM HOMOSSEXUAL, NEM ASSALTANTE, NEM GUERRILHEIRO, NEM INVASOR. COMO FAÇO?

Ives Gandra da Silva Martins*


Como faço para viver no Brasil nos dias atuais? Na Verdade eu Sou Branco, honesto, professor, advogado, contribuinte, eleitor, hetero... E tudo isso para quê? 

Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles sejam índios, afro descendentes, sem terra, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, ou seja, um pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco hoje é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior (Carta Magna).

Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que eles ocupassem em 05 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado, e ponham passado nisso. Assim, menos de 450 mil índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também por tabela - passaram a ser donos de mais de 15% de todo o território nacional, enquanto os outros 195 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% do restante dele. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas aqueles descendentes dos participantes de quilombos, e não todos os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição Federal permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um Congresso e Seminários financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria do governo!

Os invasores de terras, que matam, destroem e violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que este governo considera, mais que legítima, digamos justa e meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', simplesmente porque esse cumpre a lei.

Desertores, terroristas, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de R$ 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

E são tantas as discriminações, que chegou a hora de se perguntar: de que vale o inciso IV, do art. 3º, da Lei Suprema?
Como modesto professor, advogado, cidadão comum e além disso branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço nesta sociedade, em terra de castas e privilégios.


* Ives Gandra da Silva Martins é advogado e renomado professor emérito das universidades Mackenzie e UNIFMU, da Escola de Comando do Exército e presidente de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

GUERRA DO CONTESTADO COMPLETA CEM ANOS: UMA VERDADE POUCO DIVULGADA

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Milhões de brasileiros nem sequer ouviram falar sobre um episódio importante da nossa história. A impressão que se tem é que a República brasileira tentou jogar no esquecimento da história os fatos de muita barbárie e crimes de guerra que ocorreram durante a Guerra do Contestado. 

A Guerra do Contestado (1912-1916) completa, em outubro de 2012, cem anos e mesmo com a pouca divulgação desse trágico período, que enoda o Brasil, a história continua viva.

Esse episódio, para alguns historiadores, é mais importante do que a Guerra de Canudos (1896-1897), na qual também houve o massacre de colonos pelas tropas militares da República Velha, muito bem explanada no livro “Os Sertões” de autoria do jornalista Euclides da Cunha.

Como sempre, na história do Brasil, os poderosos da política republicana estavam sendo incomodados por colonos empobrecidos e esquecidos pelos tiranos que governavam o País apenas para poucos.

Por outro lado, os colonos tiveram a ousadia de reivindicar a devolução das suas terras, nas quais labutavam a mais de um século e que, na época, foram repassadas, em uma grande negociata do governo brasileiro, a um capitalista norte americano, em uma região que ficava entre o Paraná e Santa Catarina, para a construção de uma via férrea, a qual iria beneficiar apenas alguns poucos e ainda permitiria a devastação das florestas de pinheirais (araucária e outras espécies nobres), cuja madeira seria exportada para a reconstrução da Europa, abalada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Na negociata, o americano ficou com uma extensão de 15 km de terras  na margem esquerda e direita da linha férrea, prejudicando ostensivamente os colonos miseráveis da região.

Nessa história toda, algo me chamou a atenção. O advogado da maior serraria estrangeira da América do Sul, a Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Ind (1910-1915), a qual devastou a região e descriminava, ostensivamente, os nativos do local foi Rui Barbosa. Durante a guerra esse advogado era senador da República. Ele sabia das barbaridades que ocorreram na região do Contestado. De acordo com alguns historiadores, esse senhor ainda fazia lobby para essa empresa estrangeira.  

Outrossim, poucos lucraram com essa negociata e a grande maioria foi excluída. Ou seja, os ricos ficaram mais ricos ainda e os pobres empobrecidos ainda mais. Essa linha férrea, ao contrário de muitas outras regiões, não trouxe nenhum benefício para os mais pobres. Apenas mortes e devastação ambiental com a destruição das milenares florestas de araucária.

Destarte, os colonos, empobrecidos pelo abandono do governo, sem escolas, sem estradas e sem empregos ficaram sem as terras, sem o sustento para as suas famílias e criações de animais. Seriam ainda discriminados pelos estrangeiros que passaram a devastar e a ocupar as suas terras sob o olhar discriminador e racista dos tiranos para com os brasileiros que questionavam a perda das suas terras.

Após o fim da construção dessa linha férrea, pelo capitalista norte americano, milhares de pessoas oriundas de várias partes do Brasil ficaram desempregadas e a situação social piorou ainda mais na região.

Sendo assim, o descontentamento cresceu, os colonos com os seus filhos e mulheres, sem alternativas, se organizaram e iniciaram ataques aos invasores com foices, facões e espadas feitas de madeira. Mulheres e crianças também lutaram nessa guerra, a qual foi considerada a maior rebelião de camponeses da  América do Sul, para a vergonha da corrupta República brasileira .

Tal fato e ousadia dos colonos acabou por despertar a ira dos estrangeiros, dos governantes locais e a ira do governo brasileiro, o qual, vergonhosamente, chamou o exercito para combater os insurgentes com a finalidade de proteger o capital estrangeiro, em vez de tentar uma saída digna para os colonos brasileiros e suas famílias.

Muitos oficiais e soldados já haviam participado do massacre de Canudos e ali estavam para mais uma chacina de brasileiros excluídos. Iriam trucidar crianças, mulheres, famílias inteiras que apenas queriam terras para trabalhar, mais respeito e dignidade pelos governantes.

Armamentos sofisticados para época foram utilizados, inclusive aviões para bombardear os revoltosos, o que acabou não ocorrendo devido a pane no avião. Assim iniciou-se mais um massacre de camponeses pelos donos da República Velha (1889-1932), porém os insurgentes iriam resistir por quatro longos anos até serem trucidados por completo.

É interessante observar, que passado tanto anos, nenhum dos insurgentes tiveram seus nomes preservados em alguma rua de cidade, mas o nome dos coronéis e militares que trucidaram até crianças e mulheres, alguns destes viraram nome de ruas. Coisas do Brasil. 

Apesar do tempo, essa guerra ainda gera efeitos nessa região devastada, onde a pobreza até hoje permanece no meio dos descendentes e sobreviventes  da Guerra do Contestado. O racismo e a falta de escolas são identificadores comuns nessa região.
   
Ademais, um detalhe importante é que, ainda hoje, há alguns sobreviventes centenários desse trágico evento. São os filhos dos insurgentes que hoje se sentem mais a vontade para contar histórias macabras da chacina dos seus pais, parentes e amigos, pois eram crianças na época.

Só para ilustrar, recentemente (2011) foi lançado um documentário por um dos maiores cineastas do Brasil, Sylvio Bach, sobre a Guerra do Contestado, porém, infelizmente, parece que está sendo pouco divulgado. Sylvio Bach, na realidade está retornando ao tema, pois chegou a fazer um filme em 1970, a Guerra dos Pelados (Guerra do Contestado), disponível no You Tube.   

Enfim, para complementar este assunto coloquei abaixo alguns vídeos com maiores detalhes do massacre, postados no You Tube, sobre esse importantíssimo evento trágico ocorrido há cem anos, cujos os efeitos ainda perduram para a vergonha dos governantes do local.

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DEPOIMENTOS DE SOBREVIVENTES DA GUERRA DO CONTESTADO
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GUERRA DO CONTESTADO I
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GUERRA DO CONTESTADO II


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

16% DE REDUÇÃO NA CONTA DE ENERGIA. MAIS UM ENGODO BEM ARTICULADO?



Por estes dias escutei na mídia colonizada que o governo “bonzinho” irá dar um desconto de 16% nas tarifas de eletricidade gastas pelos brasileiros. Os marionetes brasileiros, pelo menos a maioria, irão dizer: Eta governo bão!  
É interessante não se esquecer que algumas verdades propaladas pelo governo não passam de manobras sutis para angariar a simpatia de um povo mergulhado em um senso comum pré-estabelecido a décadas pelos políticos, a grande maioria de corruptos, que estão a governar o nosso País e eleitos por esse próprio povo marionetado.
Os 16% podem ser um belo arranjo, pois na última década as empresas de eletricidade, por conta de cálculos mal elaborados ou espertamente mal elaborados cobraram para mais sobre os gastos com energia elétrica. Esse montante em dez anos chegou, pelo visto, em torno de sete bilhões de reais, mas para a Proteste a real quantia chega a 11 bilhões de reais(1).

Outrossim, o governo ao anunciar esse desconto deveria de ter feito a menção aos sete bilhões surrupiados do bolso dos brasileiros durante dez anos.
Esses fatos fazem parte de um processo em andamento no Tribunal de Contas da União. O relator do processo, ministro Valmir Campelo é favorável que esse montante seja devolvido para os consumidores.  
É bom dizer que toda essa transparência veiculada em algumas mídias(2) é uma das vantagens que ainda temos em termos de democracia, a qual aos poucos, infelizmente, vai sendo manipulada, sequestrada e condicionada pelo sistema ideológico imposto ao Brasil.
Para mim, esse fato é puramente furto, pois é impossível que essas empresas não soubessem da cobrança para mais.  Usufruíram o dinheiro e, com toda a certeza, irão hesitar na devolução desse numerário cobrado indevidamente. Obviamente ninguém será punido e todos serão beneficiados, menos o consumidor é lógico.
E, de repente, vem o governo com esse “pacote de bondade” oferecendo um desconto de 16%. Fica uma sensação de uma montagem sutil para iludir a população, principalmente a população de senso comum. Será? 
Caso não seja um ardil do governo, teremos então os 16% e mais a devolução dos 11 bilhões de reais para todos os brasileiros que possuem eletricidade em suas residências, por ocasião da sentença transitada e julgada do processo em andamento no TCU. 

Sinceramente, a devolução nunca irá ocorrer e além do mais esses 16% irá nos custar muito mais do que se pensa, pois irão nos tomar de volta por outros meios bem mais sutis(3).
É bom não se esquecer que a tarifa de eletricidade que pagamos é uma das mais caros do mundo e mesmo com o desconto (que não é desconto) continuará sendo uma das tarifas mais caras do mundo(4).
Enfim, para encerrar, caso se interesse, veja a indignação do polêmico jornalista Luiz Carlos Prates, amado por uns e odiados por outros, antes do pronunciamento do governo sobre os 16% que serão abatidos das nossas contas de energia elétrica.


(1) http://www.proteste.org.br/nt/nc/press-release/adiada-decisao-sobre-erro-na-conta-de-luz
(2) http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/8/9/conta-de-luz-relator-do-tcu-pede-r-7-bilhoes
(3) http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,governo-tera-de-pagar-indenizacao-bilionaria-para-bancar-corte-na-conta-de-luz,126306,0.htm#noticia
(4) http://www.portaltributario.com.br/artigos/energia-tributacao.htm

terça-feira, 24 de julho de 2012

FILHO DA RUA

Na esteira do artigo anterior publicado neste blog, um artigo de excelente qualidade foi publicado, pouco antes da data de aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo renomado jornal Zero Hora. O respectivo artigo desnuda o dia a dia de uma criança gaúcha pobre, drogada, de família desestruturada, de um futuro cada vez mais violento e incerto, sem expectativas de melhora,  esquecida pelas autoridades que gerenciam o Estado do Rio Grande do Sul e de programas sociais eivados de falhas. A historia dessa criança é igual a de  milhares de crianças e adolescentes espalhadas pelo Brasil afora. São gerações e mais gerações de menores de 18 anos que mendigam, que se drogam, que matam, que roubam, que furtam, que estupram e se prostituem.  Tudo isto transformou o Brasil em dos países mais violentos do mundo para  com crianças e adolescentes, principalmente negros, pardos e pobres. Clique no item abaixo e você será direcionado para o artigo Filho da Rua. Faça a leitura da reportagem e depois tire as suas próprias e devidas conclusões.



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VINTE E DOIS ANOS DA CRIAÇÃO DO ECA E JÁ SOMOS O QUARTO PAÍS QUE MAIS MATA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ENTRE NOVENTA E DOIS PAÍSES.


O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fez aniversário em 13 de julho de 2012. Apesar de alguns ganhos reais que Estatuto nos deu, nesses 22 anos da sua criação, falta muito, mas muito mesmo, para ser plenamente consolidado, pois depende da boa vontade dos políticos, a nível federal, estadual e municipal, que gerenciam este país, além de algumas modificações necessárias em seus artigos, tendo em vista a conjuntura social criminógena atual.
Apesar do ECA e com o ECA, a violência gerada por menores de idade  e contra eles continua sendo uma vergonha nacional e internacional. Neste contexto enquadra-se tanto a vítima como o vitimizador, considerando ambos menores de idade ou um deles maior de 18 anos. Se considerarmos os jovens, maiores de idade, envolvidos em crimes então teremos uma verdadeira pandemia ou algo pior destruindo a futuro do Brasil.
Para que o ECA possa ser bem aplicado é necessário tratar, com muita coragem, as causas geradoras do crime. É necessária uma profunda análise do ambiente em que vive o menor infrator e das ações vividas por ele, observando-se as causas exógenas, tais como o fator sociopolítico, sociofamiliar, sócio-ético-pedagógico, socioeconômico, sociocultural, socioreligioso etc. Somente assim é que se poderá tomar a medida sócio educativa justa e perfeita, mas isto é uma utopia para a realidade atual com a degenerescência moral ética da maioria dos políticos, mais preocupados com o poder e as riquezas que auferem do erário público, através da corrupção macroeconômica e dos crimes de colarinho branco.
Em alguns casos, o tratamento dado ao menor que mata, rouba, furta, estupra e se prostitui é uma verdadeira aberração. Há casos em que o menor é entregue aos pais, os quais, já a muito, perderam a autoridade e, muitas vezes, até correm risco de vida. Outros casos são noticiados pelas mídias em que garotas pobres, menores de idade, são trancafiadas dentro de uma cela apinhadas de homens, onde são sistematicamente estupradas por todos os presos.
Ainda, em uma reportagem recente, um menor é capturado com arma de fogo e drogas, já com diversas passagens pela delegacia do menor e a autoridade judicial, para o desespero do delegado, manda soltar, desacreditando inclusive o trabalho da boa polícia, a qual, muitas vezes, levou meses de investigação para chegar até o delinquente.
É interessante citar ainda, que menininhas pobres, de menos de 14 anos, as quais se prostituem por alguns míseros trocados ou por um prato de comida, foram consideradas profissionais do sexo por pessoas de grande conhecimento jurídico, inocentando o adulto que copulou com essas crianças, abrindo, assim, um grave precedente para o turismo sexual de menores. E se fossem filhas da classe abastada ou dessas pessoas de grande conhecimento jurídico teriam o mesmo posicionamento?
Outrossim, a sensação de impunidade sentida pelo menor criminoso é inquestionável e imensurada. Normalmente volta a infringir o ordenamento penal sem o menor constrangimento, já que muitas vezes o Estado finge não ver, ou, outras vezes, até incentiva a criminalidade, salvo alguma exceção quando algum crime violento é divulgada em rede nacional. Somente assim aparecem políticos, juízes, promotores públicos, sociólogos etc. para dar a opinião sobre o assunto, o qual, em pouco tempo, cai no esquecimento e os projetos contra a criminalidade acabam engavetados pelos políticos.
Destarte, a população ordeira se sente cada vez mais traída e insegura, principalmente as camadas sociais mais pobres, podendo até mesmo desandar em atos de violência contra menores, como já tem ocorrido em várias ocasiões e regiões desse imenso Brasil. É o desrespeito a lei. É o estado de anomia agigantando-se.
Por outro lado, a narcocriminalidade vem cada vez mais solidificando as suas bases e atraindo menores para ocupar determinados postos na base da organização criminosa.  O dinheiro que esses menores ganham, jamais irão ganhar com um trabalho honesto dentro do modelo capitalista imposto ao Brasil. Isto é um fato e não dá mais para esconder.
Ainda por esse caminho, após o término da Guerra Fria, a macrocriminalidade[1] agigantou-se com a globalização e diversificou os seus crimes. Somente no Brasil seres humanos postos a venda como objetos, principalmente para exploração sexual, trafico de órgãos, para trabalhos forçados etc. chegam a algo em torno de 70.000 brasileiros[2] traficados por ano (fora as cifras negras) e, o pior de tudo, é que aproximadamente metade desses miseráveis são menores de 18 anos, a maioria de meninas pobres.
Mesmo com esses dados catastróficos, o Estado combate, precariamente, às causas endógenas e exógenas e olhe que a coisa poderia ser ainda muito pior sem o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Essas causas, indubitavelmente, estão a influir na conduta diária do menor criminoso.  A etiologia de toda essa criminalidade, o Estado hipócrita já sabe a dezenas de décadas, mas procura dar mais atenção aos efeitos misturados com atitudes poliqueiras. Coisas de uma democracia manipulada, sequestrada ou imperfeita, mantida por uma sociedade, historicamente, elitista, racista e altamente discriminadora. Não é a toa que o Brasil continua sendo um país periférico, com um modelo econômico dependente e colonial.
Voltando ao foco, entre as causas geradoras de crimes, entre os menores, podemos citar mais algumas, tais como a econômica; a familiar; a patológica; a genética; a psicológica; dezenas de programas das mídias televisivas, as quais influenciam, decisivamente e comprovadamente, na cultura da violência criminal etc.
Por esse caminho, Cesare Lombroso (1835-1909), preocupado com a criminalidade na época, já afirmava que a miséria possuía um grande peso como condicionante criminógeno, defendendo a tese de que as sociedades deveriam de melhorar e aperfeiçoar a sorte dos humildes e dos pequenos, pois o crime tenderia a diminuir.
Também não podemos de nos esquecer, de que muitos desses menores são maus em sua essência, e, ainda, influenciados pelas propagandas sutis da indústria capitalista de consumo exacerbado, games violentos e da indústria hollywoodiana da violência. Esses menores, não sentem culpa ou remorso dos atos praticados, tal como o psicopata adulto, e, portanto, necessitariam de tratamento diferenciado, coisa que o legislador se esqueceu de colocar no ECA.
Ainda, seria idiotice da nossa parte de nos esquecer de que cada um desses menores infratores, principalmente os mais perigosos, após cumprirem as medidas socioeducativas, os seus antecedentes criminais (principalmente o crime doloso) irão desaparecer com a maioridade. Não ficará um só registro para remédio. Serão considerados réus primários se voltarem a cometer crimes e, infelizmente, uma grande maioria volta a delinquir. Basta ver as centenas de jovens que mal completaram 18 anos e já estão envolvidos em diversos crimes violentos, fora as cifras negras.
A grande maioria desses jovens, com um pouco mais de 18 anos, tiveram passagens pelas delegacias de menores. Muitos deles cumpriram medidas socioeducativas em vão ou simplesmente foram entregues aos pais  ou liberados pela autoridade.
Nesse sentido, não é necessário ter uma bola de cristal para saber desses sórdidos detalhes, pois eles não viraram pérfidos criminosos ao completarem 18 aninhos, a coisa já vem da infância miserável, da pressão da sociedade de consumo, da criminalidade globalizada e da corrupção endêmica, não se esquecendo de que muitos filhinhos de papai também tiveram uma infância complicada, regada a álcool e de outras drogas e acabam cometendo algum tipo de ilícito penal. Nada de mais, pois com o papai endinheirado e com prestígio dificilmente haverá alguma punição.
Apesar das falhas, o ECA é uma ferramenta indispensável para os nossos dias, pois vem ajudando, um pouco, a diminuir à violência contra as crianças. O trabalho escravo de menores vem, aparentemente, caindo, entre outros ganhos para a criançada e adolescentes, porém na parte punitiva e em outras, também essenciais, o ECA deixa a desejar para com os menores envolvidos em crimes violentos dolosos, prostituição, abandono etc. O certo é que nesses 22 anos do ECA, a criminalidade entre os menores é endêmica e a luz no fim do túnel não apareceu ainda.
É bom que se diga, que o ECA, em muitos casos, acaba dando uma boa proteção a um menor criminosos, até demais, mas não consegue  dar a proteção necessária para  as milhares de meninas que se prostituem nas avenidas das grandes cidades, nas quais circulam, todos os dias, conselheiros tutelares, dezenas de autoridades judiciárias, políticos e empresários com os seus carros a prova de bala. O ECA não consegue dar uma proteção adequada para as crianças que perambulam pelas ruas e avenidas dos grandes centros, os quais vivem de pequenos furtos, se drogam com cola de sapateiro, crak etc. Essas autoridades não conseguem dar uma proteção adequada para as crianças que são exploradas por adultos e dormem em baixo de marquises, bancos de praças e viadutos.  Tornam-se invisíveis para a sociedade hipócrita e de senso comum, a não ser quando alguma mídia televisiva resolve fazer alguma reportagem, mas em poucos dias tudo é esquecido novamente.
Outrossim, no combate a violência, acreditamos que os menores, com algum grau de psicopatia, deveriam de ter penalidades diferenciadas, pois dificilmente irão cessar a trajetória dos seus crimes ao completarem 18 anos.
Por outro lado, os gerentes, os quais estão no poder do Estado, deveriam de dar mais atenção às causas, as quais são debilmente combatidas nas classes sociais mais baixas da população e fazem uma propaganda estrondosa nas mídias colonizadas com as migalhas que dão para as famílias de miseráveis, além de não punir, exemplarmente, os corruptos e os crimes de colarinho branco, que afetam indiretamente os índices de criminalidade infantojuvenil e de adolescentes com o desvio de bilhões de reais. Esses choldras são tão desprovidos de compaixão que chegam a desviar até o dinheiro da merenda da criançada pobre para garantir as suas reeleições e o descomunal aumento patrimonial (obviamente boa parte em nome de laranjas ou aplicados em paraísos fiscais).
E assim, o Estado é omisso no combate as causas. Dezenas de programas sociais se tornam um verdadeiro fracasso e outros nem saem do papel. Tudo isto e muito mais permite que números recordes de violência contra o menor e proporcionado pelo menor cresçam, de maneira assustadora, ano após ano, para o desespero do cidadão de bem.
Por essa vertente, as estatísticas de 2012[3] apontam o Brasil, entre 92 países, como o quarto país mais violento do mundo para jovens. A maioria das vítimas são jovens negros, pardos e pobres. São índices alarmantes que variam entre 50 a 150 vezes superior a países como a Inglaterra, Portugal, Itália, Egito etc.
Para encerrar o nosso desabafo, a realidade é que somos testemunhas oculares de um verdadeiro genocídio da criançada e de adolescentes em toda a República Federativa do Brasil. O pior de tudo é que esses dados são apenas uma ponta do iceberg, pois a verdadeira situação é muito pior do que se imagina. Isto sim é real e não uma fantasia consumista de ficção para manter o senso comum do povo de que está tudo bem, de que está tudo sob controle. Neste aspecto, podemos dizer que está “tudo como dantes no quartel de Abrantes” para os que gerenciam o 5º maior país do mundo, onde muitos desses gerentes se locupletam com o genocídio imposto há décadas contra as crianças e adolescentes, destruindo, definitivamente, sonhos, vidas e o futuro da nossa Nação. Quem viver verá! 



[1] Crime Organizado.
[2] Rodrigues, Rôney. Seres humanos à venda. Caros Amigos. São Paulo, n. 183, p. 10, jun. 2012. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A FRASE QUE REVELA TUDO

A semana passada recebi um e.mail de um camarada com uma frase, ao que tudo indica, dita por Oscar Niemeyer, por ocasião do seu aniversário de 102 anos.
  
Mesma que ele não tenha sido o autor da frase, ela, por si mesma, fala de uma realidade que não se consegue mais esconder. E tanto faz, pois eles se reelegem assim mesmo, até mesmo gente (deputado) procurada pela  Interpol. Pobre povo brasileiro! 

Esse senhor centenário tem um passado riquíssimo, pois teve e tem a oportunidade de ver,  em seus mais de cem anos, os altos e baixos da política brasileira.

Pelo visto, esse grande e eloquente senhor, jamais pensou em ver tantos políticos envolvidos em corrupção, em crimes de colarinho branco, onde a impunidade é a marca maior, onde a ética, a moral e o nacionalismo são moedas enferrujadas sem valor nessa democracia amputada, condicionada e sequestradaTudo moldado por eles, de acordo com os seus interesses oportunistas e mesquinhos.

Leia a frase e tire as suas próprias conclusões.

"Projetar Brasília para os Políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores prá vocês usarem como pinico. Hoje eu vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião, mas sim de Camburão" (Oscar Niemeyer)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

MENORES CRIMINOSOS


O vídeo abaixo nos dá uma pequena mostra de uma realidade que vem ocorrendo em todo o País(1), com a participação de criminosos com menos de 18 anos em uma infinidade de crimes.

O desabafo, do Delegado de Polícia do Estado de Mato Grosso, nos leva a uma profunda reflexão sobre a criminalidade em ascensão, o aumento do descrédito da população para com o judiciário e das causas geradoras dessa criminalidade, as quais arrastam esses menores para o mundo do crime.

Na cabeça de um adolescente que cometeu os atos mais ignóbeis possíveis e acaba recebendo um puxão de orelhas das autoridades, ou simplesmente permanecendo em liberdade, acaba por receber uma verdadeira e autentica permissão oficial para continuar no mundo do crime e a zombar ostensivamente da própria polícia e da sociedade. Tais fatos aprimoram ainda mais o menor infrator para a sua vida criminal após a sua maioridade e com poucas chances de recuperação.

Poucos se dão conta que esse estado de coisas é precariamente combatido pelo governo, o qual quase sempre toma medidas paliativas, gerando insegurança na população acuada e riquezas desproporcionais para as empresas de segurança. Apenas coincidência?

As causas geradoras do crime entre menores são diversas e entre elas temos a desagregação familiar, a concentração da riqueza nas mãos de poucos, desinteresse político, leis e outros fatores sociais, ambientais e pedagógicos que impulsionam para a criminalidade.

Para evitar o pior, será preciso revisar as várias leis penais direcionadas para o menor delinquente, instituindo punições exemplares de acordo com os crimes cometidos e, congruentemente, as autoridades deveriam combater intensamente os fatores sociais que impelem a ascensão da criminalidade, mas isso seria impossível para um governo corrupto controlado por mafiosos, bicheiros e grandes corporações transnacionais.

De uma coisa temos a certeza, o estado de anomia se expande e o medo será a arma demagógica dos corruptos de plantão para vendar o povo das verdadeiras causas da criminalidade em plena ascensão, o que nos conduz para caminhos cada vez mais perigosos.

Veja o vídeo e o desabafo do corajoso Delegado de Polícia relacionado com uma juíza e um promotor de justiça, os quais, pelo visto, mantiveram os menores livres e incentivados para continuar a odisseia de crimes contra a sociedade acuada: 



(1) Deixo relacionado alguns dos inúmeros crimes perpetuados por menores de 18 anos no Estado de Roraima, fora as cifras negras (crimes que não chegaram ao conhecimento público). Somente no seis primeiros meses de 2012, o número de crimes cometidos por menores aumentou consideravelmente, principalmente pela certeza da impunidade e pela queda dos valores familiares. Tal situação é ainda pior em vários estados da República Federativa do Brasil.
(Clique nas manchetes abaixo e serás direcionado para a Folha de Boa Vista).

1. Folha de Boa Vista, em 05/07/2010: Adolescente de 16 anos mata homem com facada no pescoço.