terça-feira, 22 de outubro de 2013

VÍTIMAS DO ESTADO ANÔMICO

- Em meio ao crescente estado de anomia que assola a sociedade, as vítimas se multiplicam assustadoramente e rapidamente acabam sendo esquecidas, passando a ocupar um papel secundário dentro do sistema retrógrado penal brasileiro.
- Na atual conjuntura capitalista ideológica social/econômica/judiciária, infelizmente, os holofotes acabam  sempre se direcionando para o vitimizador e sem que se estabeleça um equilíbrio entre o réu e a  vítima, proporcionando assim uma inversão de valores que acabam favorecendo muito mais o vitimizador do que a  própria vítima, só que em última estância o próprio réu acaba por se transformar em vítima pela não ressocialização e incentivos indiretos para a continuação da criminalidade, principalmente para os pardos, negros e pobres.
- Neste sentido, nos últimos dias, circula freneticamente pela internet um vídeo(1) no qual uma dupla de assaltante jovens, um negro e outro pardo, um deles armado com arma de fogo, assalta um motociclista, porém no momento da fuga um dos criminosos, com uma longa ficha crimes, acaba sendo alvejado por um policial, o qual consegue impedir que o roubo da moto se concretize. O criminoso ferido fica caído no asfalto até a chegada do socorro.
- Também foi divulgado em redes sociais de que uma autoridade do governo (Maria do Rosário) teceu comentários inoportunos que favoreciam o criminoso. Tal discurso demagógico, com meias verdades foi, veementemente, negado pela Ministra que se diz vítima de mentiras postadas por um blog(2), além de afirmar que, na realidade, o policial estava defendendo a sociedade e agiu corretamente. Também houve comentários de que o bom policial foi punido por ter baleado o assaltante, o qual chegou a apontar a arma para o militar que colocou a sua vida em risco(3).
- De qualquer maneira é bom que se diga que esse caso e as centenas de comentários postados nas redes sociais sobre o assunto acabam por denunciar o real estado de medo constante e o desamparo a que todos nós estamos sendo submetidos pelo Estado maquiavélico, o qual já não consegue conter a onda de violência que se agrava cada vez mais em todo o País, inclusive a corrupção predadora disseminada em toda a estrutura republicana com impunidade explicita dos poderosos a décadas.
- Dentro deste contexto, o que temos é uma sociedade vitimizada,  refém da violência, do consumismo desvairado, com regras e valores aviltados, com ampla permissividade, impunidade e minimização dos mais variados tipos de crimes que ocorrem todos os dias. Tudo isto incentiva ainda mais a criminalidade, pois a sensação de impunidade é grande.
- O sociólogo Émile Durkhein, com brilhantismo, arguiu sobre esse grave desvio social (anomia)(4). O exemplo deveria de vir do ápice da pirâmide social para a sua base, porém o que vemos são vigaristas que corroem o direito e se locupletam com os bens que saqueiam  do erário público, além de vender as riquezas da Nação por preço de banana. Tudo isto acaba por alimentar  a criminalidade, como o do exemplo do criminoso baleado pelo bom policial, além dos barões do crime de colarinho branco, os quais apenas fazem discursos vazios enquanto brindam o butim realizado, esquecendo-se que no momento oportuno também eles serão vítimas do sistema que eles próprio contaminaram, pois nada dura para sempre. Enfim, assim caminha o Brasil!

(4) Waldmann Peter. El Estado anomico. Derecho, seguridad publica y vida cotidiana en America Latina. Iberoamericana. Madrid, 2006

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

UM LIVRO COM MUITAS VERDADES, NO ENTANTO ELES SEMPRE SE REELEGEM ASSIM MESMO


Palmério Dória mostra em seu livro, Privataria Tucana, aquilo que muitos de nós já sabíamos. O Brasil é assim, mas se o povo tivesse mais conhecimentos, verdades que os “coronéis” modernos sempre procuraram e procuram omitir ou desvirtuar teríamos mais condições de romper com a servidão moderna, a qual nos é imposta pela ideologia econômica capitalista. Teríamos mais condições para transformar o destino deste País, livre das amarras da corrupção e desses traidores eleitos e reeleitos por pessoas desprovidas de conhecimentos, uma espécie de escravos modernos, os quais vêm nas eleições apenas um momento para se ganhar algumas migalhas. Se essas pessoas tivessem um conhecimento real, mais virtudes cívicas e consciência do poder que se encontra em suas mãos esses sequazes jamais iriam conseguir ganhar uma eleição. Deixaríamos de ser "uma democracia manipulada, sequestrada e condicionada" concentrada nas mãos desses políticos e dos interesses de corporações internacionais e nacionais que tem por finalidade precípua apenas o lucro e a exploração das nossas riquezas por todos os meios possíveis, fraudulentos  ou não.