terça-feira, 27 de maio de 2014

E A JUSTIÇA MAIS UMA VEZ FALHOU

- Hoje, no jornal a Folha de Boa Vista, na primeira página, está estampada uma nota de esclarecimento de um cidadão que tinha sido preso a poucos dias por determinação de um mandado de prisão devido a uma ação (0010948-93.003.4.05.8100 - 12a. Vara Federal/CE), a qual estava tramitando no Estado do Ceará. O mesmo foi colocado em liberdade, pois a citada ação já tinha sido declarada extinta exatamente pela MOROSIDADE DA JUSTIÇA, consequentemente a sua punibilidade também foi extinta.
- É assim que muitos cidadãos, de conduta nem tão ilibada, continuam sendo eleitos e reeleitos por um povo de pouca conhecimento ou simplesmente marionetes, e ainda outros continuam aperfeiçoando os seus misteres na arte da corrupção, da demagogia e do ilusionismo, enquanto isto as vítimas produzidas por eles, aos milhares, continuam sendo vitimizadas e revitimizadas em uma ciranda sem fim e sem esperanças de mudanças. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O FIM DAS ABELHAS?


"Se as abelhas desaparecessem da face da terra, a espécie humana teria somente mais 4 anos de vida. Sem abelhas não há polinização, ou seja, sem plantas, sem animais, sem homens". Albert Einstein, físico.




Desde adolescente sempre tive interesse pelas abelhas, principalmente pela sua estrutura social, pois ajudava meus tios no manejo com essa pequena grande maravilha do planeta.

Hoje, depois de passado cinco décadas, voltei a me interessar por essas criaturas maravilhosas. Estou começando a criação e o manejo de uma das espécies de abelhas, a apis melífera.

Nos últimos meses, ao me aprofundar no mundo desses insetos, acabei por descobrir à importância delas na estrutura da teia de vida do planeta. 1/3 dos alimentos[1] que comemos devemos agradecer a esse pequeno inseto através da polinização, além de fornecer produtos indispensáveis a saúde humana[2] tais como o mel, o pólen, o própolis, geléia real, cera, apitoxina, larvas, pão de abelhas,  opérculos,  e mel de melato. Tudo isto serve desde alimentos a cura e atenuação de inúmeras doenças.

Se elas deixassem de existir, a catástrofe seria de tal magnitude que poderia ser pior a que extinguiu os dinossauros há milênios atrás, da qual as abelhas conseguiram sobreviver[3].

Pois muito bem, a catástrofe já está batendo, sorrateiramente, em nossas portas. Elas estão desaparecendo aos milhões em várias partes do planeta e muito pouco se está fazendo para reverter à situação[4], graças ao sistema ideológico capitalista que vem evoluindo para neoliberalismo predador.  Sempre esse sistema ideológico visou apenas o lucro, o domínio global e a exploração do homem e, no momento atual, já não importa mais os meios para atingir os seus objetivos, nem que seja com a destruição da própria teia de vida do nosso planeta. Isto sim é um verdadeiro paradoxo.

Na Europa, a situação é preocupante, pois em milhares de localidades elas já não existem, na China estão recrutando mão de obra humana para fazer a polinização com as mãos[5]  em frutas e assim em várias partes do mundo vem ocorrendo a mesma coisa.

O mais interessante é que nesse modelo capitalista, muitas mídias de comunicações já estão alertando para a catástrofe, a qual já esta se abatendo em nosso mundo, como se tivéssemos mais mundos para explorar e destruir.

Neste sentido, em 2008, a A PPS Nature lança o documentário Silence of the besss[6] (O silêncio das abelhas), em mais uma tentativa de chamar a atenção dos poderosos do capitalismo neoliberal sobre o desaparecimento das abelhas no planeta.

Outrossim, em 2012, foi lançado o documentário More Than Honey (Em Portugal ficou conhecido como Homens e Abelhas), o qual procura fazer com que as pessoas façam uma reflexão sobre a gravidade do caminho que está sendo preparado para os nossos filhos, filhas, netos e netas em um futuro não distante.

Mais recentemente, a BBC de Londres também lançou o alerta, talvez tardiamente, sobre essa grave situação. O documentário de 2013, What’s Killing Our Bess? (O que está matando as nossas abelhas?), explora as causas e os efeitos do que vem ocorrendo na Europa.

Tudo isto parecia muito longe de Roraima. Estava acontecendo nos EUA, Europa, China e outros países longínquos.  Lerdo engano de minha parte. Descobri denúncias de que em Santa Catarina elas também estão desaparecendo.

A surpresa maior, para mim, foi constatar em uma reunião, há poucos dias atrás, com apicultores da região que elas também estão morrendo em Roraima. Disseram que estão colocando muito veneno nos campos de Roraima para plantar a soja e que a destruição do meio ambiente é inevitável.

Soja para quem? Para exportar para a China, Rússia, EUA e por aí vai. Soja para alimentar os animais desses países capitalistas e imperialistas. A colônia moderna continua fazendo o seu dever de casa de maneira brilhante, não resta à menor dúvida.

Para confirmar as denúncias, em 19 do mês corrente, no jornal a Folha de Boa Vista estava estampada a manchete: Soja atinge área recorde e safra deve chegar a 60 mil toneladas. Fiquei mais surpreso ainda pelo que dizia a reportagem que essa tal de soja vai para a Rússia e o mais interessante, o Estado continua pobre e piorando cada vez mais, obviamente para a maioria e não para uma minoria, a qual aufere cada vez mais riquezas à custa da minoria e da destruição dos recursos não renováveis da natureza.

Aí está uma das causas, se não a pior de todas, a soja é responsável pela morte de milhares e milhares de abelhas. O plantio de soja, talvez até mesmo transgênica, com a capacidade de matar insetos ou simplesmente toneladas de fungicidas e de outros venenos, quem sabe muitos proibidos na Europa, estão sendo despejados as toneladas  em nosso solo, poluindo as nossas reservas de água e destruindo as nossas preciosas abelhas, destruindo o lavrada com toda a sua biodiversidade. Parabéns aos gerentes de Roraima pela grande contribuição e porque não aos gerentes de todo o Brasil.

Uma coisa é certeza, com o desaparecimento delas o nosso  modo de vida capitalista estúpido e destruidor irá desaparecer. Aos poucos, o nosso café da manha, o nosso almoço e a nossa janta ficarão cada vez mais pobres e, naturalmente, bem mais caros, tudo irá desaparecer por completo em poucos anos.

E assim, para a espécie humana haverá um grave risco de extinção. Talvez vá desaparecer tão rapidamente como surgiu e quem sabe, desta maneira, não haverá uma esperança para as demais espécies de vida com o desaparecimento do maior predador do planeta, que não respeita o solo que o alimenta e tampouco a água que sacia a sua sede.

Enfim, pelo menos espero que eu possa ainda ter a grata satisfação de ter algumas colméias em meu sítio, espero que eu possa conviver com elas até  o momento em que terei que descer deste carrossel enferrujado sem ter que assistir o teatro de terror que está por vir.