quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A DESUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO ÀS PESSOAS DE UMA FUNDAÇÃO DE SAÚDE

- As mídias vem informando a mais de década a decadência do atendimento da saúde no Brasil. Algumas poucas regiões, talvez mais bem administrada por pessoas mais éticas e moralistas, ainda conseguem fazer um bom trabalho para a saúde da população, honrando com os altos impostos pagos pelos cidadãos.

- Com efeito, as noticias desse descalabro, para não dizer crime, parecem acontecer muito longe de nós, até o momento em que somos atingidos por algum desequilíbrio físico, acidentes, vírus, bactérias etc. É nesse momento que passamos a sentir na própria carne a realidade pelo qual passa a classe média e principalmente os mais pobres,  quando se necessitam de algum atendimento médico/hospitalar da rede pública e, em muitos casos, da rede privada.


- Por esse caminho, em julho de 2015, um dos membros da nossa família, começou a sentir um desconforto em seu sistema urogenital, conjugados com dores abdominais.
 Obviamente, procuramos um especialista da área, o qual solicitou diversos exames. O resultado foi  taxativo na ressonância magnética: sugestivo de neoplasia maligna. Tal fato gerou uma solicitação de urgência para uma cirurgia com a maior brevidade possível. É a partir desse momento que começa a "via crucis" da paciente. 

- Como o sistema público de saúde está falido, temos um plano de saúde compulsório, cujo o valor mensal é descontado direto na fonte há mais de 40 anos. Um detalhe importante, é um plano em que não ocorre inadimplência. É a ele que vamos recorrer.

- Além do mais, observa-se que em caso de emergência ou urgência a vida do paciente pode estar risco e o problema deve de ser resolvido de imediato. Assim que os exames e as informações complementares foram repassadas para a direção dos representantes da fundação de saúde, verificaram que não poderiam realizar uma cirurgia desse porte em sua sede regional e tampouco nos hospitais conveniados da cidade de Boa Vista/RR.

- Outrossim, de imediato, repassaram o problema para o hospital da fundação de saúde, em Manaus/AM. Mais de uma semana depois (observe que o caso é de urgência) informaram que o hospital não poderia fazer essa cirurgia e repassaram para outro hospital da fundação, desta vez na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Desde o momento da entrada do pedido de urgência/emergência passaram-se mais de 30 dias sem uma solução e respostas adequadas, há não ser desculpas e mais desculpas.

- Não tendo mais alternativas, com um especialista em oncologia dizendo que a demora poderia piorar tudo e que deveria fazer a cirurgia de imediato, fizemos a opção de contratar dois excelentes cirurgiões e o hospital UNIMED local, o único em condições físicas para fazer uma cirurgia desse porte. Tudo pago a vista, com recursos financeiros oriundos de anos de economia.

- O interessante é que a paciente  foi fazer o risco cirúrgico na sede da fundação de saúde, em Boa Vista/RR. E o mais interessante ainda é que ao verificarem que a paciente iria realizar a cirurgia de urgência, fizeram uma ligação telefônica no dia seguinte, no dia em que daria entrada no hospital particular para realizar a cirurgia, dizendo que ela poderia escolher a data para comprar as passagens para o Rio de Janeiro, isto depois de mais de 30 dias de espera angustiante. A resposta dada pela paciente, para não dizer vítima, foi óbvia, pois já estava tudo pronto e pago para os procedimentos hospitalares e cirúrgicos.

  - A cirurgia foi realizada com sucesso graças as habilidades dos médicos e a paciente está em plena recuperação. Foi feito a biopsia e o exame hispatologico das peças retiradas, cujos resultados não apresentaram a possibilidade de haver CA.   

- Na sequência, foi comunicada a cirurgia de urgência para a fundação de saúde. Aparentemente, a mesma se prontificou de fazer o ressarcimento legal dos gastos particulares. Prometeram que somente em março de 2016 irá ocorrer o ressarcimento. Vamos aguardar para ver.

- Por outro lado seria conveniente analisar os prejuízos ocorridos nesses quase 40 dias de tormento. A princípio, a paciente teve que se afastar do trabalho, pois é enfermeira graduada do Estado de Roraima; a paciente já apresentava um quadro de depressão pela demora e pelas dúvidas de estar com algum tipo de CA; a paciente apresentava dores esparsas e ardência na região pélvica, urogenital, o que diminuía, em muito, a qualidade de vida e a prejudicava em seu mister.

- Nesse ínterim, a paciente chegou a ser orientada por um médico da fundação de saúde que fizesse a cirurgia pelo hospital público. O detalhe é que nesse hospital falta de tudo e há pacientes que entraram em óbito pelo péssimo atendimento prestado para a população.  É a cara da República brasileira e de seus políticos corruptos.

- É bom que se frise que foram mais de trinta dias de negligência, de descaso, de falta de humanidade, de falta de holismo por parte da fundação de saúde, inclusive desinteresse pela vida de quem corre algum tipo de risco.  É Lastimável! É assustador!

- É nesses momentos que vemos o desgoverno a que estamos sendo submetidos a anos. Ficamos fragilizados ao vermos que o próprio Estado acaba revitimizando ainda mais as pessoas que necessitam de tratamento urgente nos hospitais públicos e até mesmo incluindo alguns planos particulares como é o caso dessa fundação de saúde a qual pagamos regiamente nos últimos 40 anos, da UNIMED/SP e outras espalhadas pelo Brasil.

- Outrossim, é de bom alvitre gizar a definição de urgência e emergência. A primeira é a ocorrência imprevista de agravo de saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Emergência é a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de morte ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. É bom frisar, isto não está sendo observado por inúmeras instituições públicas e até mesmo particulares.

- Destarte, e as Leis e Normas? Muitas ficam apenas no papel, pois na prática elas passam desapercebidas, gerando impunidade e sofrimentos para quem realmente precisa de um atendimento de urgência/emergência. O pior, apostam no senso comum das pessoas, na falta de conhecimento, na ignorância delas. As vezes até utilizam-se de ameaças contra as vítimas. É um paradoxo!

- Além disso, e a Justiça? O que temos é uma justiça brasileira arcaica, eivada de falhas grotescas, de corrupção, de apadrinhamentos, etc., porém em muitos casos ainda funciona graças as pessoas que ainda mantêm muitas virtudes, muita ética e de muita moralidade.


-  Certamente é assustador o quadro da saúde pública no Brasil. É assustador ter um plano de saúde, o qual está sendo pago regiamente por anos a fio e no momento da doença não darem o atendimento necessário e ainda mandam você procurar os teus direitos na justiça, muitas vezes na certeza da impunidade.

- E por fim, fico desesperançoso com o sistema politico ignóbil que é aplicado no país e feliz pela pronta recuperação da paciente, e, sendo assim, encerro este pequeno desabafo dizendo: 'HOMO HOMINI  LUPUS' (O homem é lobo do homem, o que significa que o homem é o maior inimigo do próprio homem - Hobbes).

TROM - DOCUMENTÁRIO

- O site abaixo apresenta um conjunto de vídeos que, talvez, consiga romper com alguns dos cordéis da servidão moderna, ou pelo menos questionar aquilo que nós é imposto pela N.O.M. e que levam milhões a condicionamentos e manipulações, principalmente através da exploração das emoções por meios sutis bem modernos, incluindo inúmeras religiões.
- Tendo interesse, existe a opção para a língua portuguesa nos vídeos do site: http://www.tromsite.com/wp/  ou no youtube.







sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

OMISSÃO, IMPUNIDADE, DESTRUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE




- Muito se fala sobre a destruição do meio ambiente. Mudanças climáticas, destruição de florestas, mananciais de águas contaminadas, extinção de inúmeras espécies tanto da flora como da fauna, além de incêndios gigantescos que destroem, em questão de horas, aquilo que a natureza levou milhares de anos para construir.

Por outro lado, na questão do fogo, somos obrigados a aceitar a existência de uma cultura secular por parte do povo, o qual, de maneira criminosa ou não, coloca fogo em áreas de terras agricultáveis e em áreas preservadas, pois muitas acham que é bom para a terra e para o plantio.  Todos  os anos, em todo o país, a ignorância dessas pessoas, baseado em em um senso comum estúpido, acabam provocando incêndios de proporções gigantescas, deixando para trás um rastro de destruição.

- O pior, é quando somos atingidos pela negligência dos agentes do Estado destinados a fiscalizar e tentar impedir esses crimes.



- Nesse sentido, em fevereiro de 2015, uma pessoa comprou um sítio com divisa anexa ao nosso. Esse cidadão colocou, por cinco vezes, fogo na sua área, sob a falsa  ilusão de que estaria fazendo uma limpeza ambiental, além de provocar a destruição da mata ciliar do igarapé. Da penúltima, vez o fogo atingiu o nosso sítio e dos vizinhos próximos, inclusive a casa de um deles. O prejuízo foi enorme. Três caixas de abelhas destruídas, milhares de outras abelhas foram mortas, produção de mel em baixa, dezenas de animais silvestres foram mortos, centenas de espécies vegetais nativos do lavrado foram destruídos, os quais levarão décadas para se recompor e talvez nem isto ocorra mais.


- Obviamente, como vivemos em um Estado Republicano dito de Direito, foi formulada a denúncia para o IBAMA/RR, para a Fundação do Meio Ambiente e Recursos Humanos, para a Secretária Municipal do Meio Ambiente e realizado um BO, na Delegacia do Meio Ambiente, na vã esperança de que, pelo menos, um desses órgãos tomasse alguma providência. Estamos em dezembro de 2015, e, pelo visto, pouco ou nada foi feito. Essa denúncia nem mesmo está servindo para intimidar esse cidadão, ou conscientizá-lo da desgraça levada a cabo contra a biodiversidade do local.


- Como, a principio, não houve qualquer intimidação por parte das nossas digníssimas autoridades sobre o dito cidadão, recentemente, em outubro de 2015, pela quinta vez, foi ateado fogo na sua área e novamente o fogo adentrou-se  em nosso sítio, queimando, na divisa,  palanques e dois pés de árvores com mais de 30 anos de existência.

- É bom que se diga, que depois desse ocorrido, o cidadão apressou-se em colocar o seu sítio para venda, talvez para evitar algum mal bem maior, já que o Estado foi totalmente omisso nesse caso. O sítio foi vendido e atualmente já está nas mãos de outra pessoa, ao que nos parece, bem mais consciente do valor da biodiversidade do local.

- Com toda a sinceridade, o que podemos esperar desses órgãos estatais de proteção ao meio ambiente? O mínimo possível, pois basta olhar a destruição ambiental, não apenas em Roraima, mas em todo o Brasil para se ter a ideia do que está acontecendo e do que virá  de pior ainda.


- Neste sentido, aqui em Roraima, já estão plantando soja (monocultura agroindustrial) e há muito incentivo para tal plantio, no entanto ninguém observa o custo ambiental que isto irá gerar com o despejo aéreo de toneladas de pesticidas, fungicidas, etc. É obvio a consequente contaminação dos lagos, dos igarapés, dos rio, do lençol freático. Ninguém se interessa com a morte de milhões de abelhas, com a morte de várias outras espécies de maníferos, répteis e insetos essenciais na grande teia da vida. 

- Então, é pura ilusão pensar que alguma autoridade ambiental irá se preocupar com o foguinho ocorrido em um pedacinho de terra, colocado por um piromaníaco ignorante, já que a agroindústria capitalista da monocultura bandida contamina os mananciais hídricos, contamina a própria terra, devasta as florestas e leva a extinção especies da biodiversidade e muito pouco e feito e quando feito são multas irrisórias que não compensam a perda da biodiversidade, muitas vezes de maneira irreversível.

- Em suma, já não tenho esperanças de que o referido cidadão que colocou fogo em suas terras, atingindo as nossas e de outros proprietários,  seja condenado. Até mesmo prefiro que não seja condenado e tampouco multado, já que os donos da soja (transgênica?) e de outras monoculturas, muitas transgênicas, ficarão impunes e com o apoio de muitos políticos que dão total e irrestrita  proteção a esses verdadeiros destruidores da biodiversidade, muitas vezes de maneira irreversível.