sábado, 19 de maio de 2007

ONDE ESTA O MEU FILHO? INFÂNCIA PROSTITUÍDA.

- Todos nós sabemos que aqueles que controlam as mídias filtram as notícias por motivos mais diversos possíveis, entre os quais, políticos, ideológicos, quando se relacionam a determinados bilionários e pessoas influentes na sociedade.

- Felizmente é na Internet que esses grupos têm maior dificuldades de controle, podem até atrapalhar, mas a verdade aparece. É uma guerra de informações e contra-informações, mas algumas verdades saltam aos olhos, pois nem tudo eles conseguem esconder ou distorcer com meias verdades, graças a um punhado de mentes iluminadas que transformaram o teclado do computador em uma arma.

- O assunto abaixo foi traduzido do espanhol por mim e com a permissão do jornalista argentino Carlos Machado para ser publicado neste blog.

- Neste artigo ele não fala do Brasil, mas é obvio que aqui nós temos a “podridão” entranhada na estrutura piramidal da sociedade de maioria inculta e uma pequeníssima minoria culta. As autoridades pouco fazem para minorar o aliciamento sexual e o tráfico de crianças que serão molestadas por senhores acima de qualquer suspeita. Neste sentido algumas ONGs fazem a diferença e atuam como anjos da guarda.

- O assunto é extremamente grave e pouco ventilado na mídia. Só nos resta estarmos atentos para com os nossos filhos e filhas e tentar ajudar de maneira mais humanista, holística e com um entrelaçamento mais amoroso.

- Peço aos pais, mães e aos amigos que façam a leitura até o final e, se puderem, façam uma cópia para remeter a outros pais e mães.

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(¿DÓNDE ESTA MI HIJO?) ONDE ESTA MEU FILHO? (16/08/2006)

(*)Carlos Machado

- Porque desaparecem as crianças? O que fazem com elas? Porque se oculta a informação sobre os crimes de que são vítimas? E, especificamente: Porque crianças?

- Estas são algumas das perguntas mais terríveis que muitos de nós nos temos feito nos últimos anos, perguntas que não encontram respostas onde elas deveriam existir – setores do poder, meios de comunicação, autoridades policiais, justiça – e que tentaremos desentranhar, dentro do possível, nestes parágrafos; para isso utilizaremos somente o material que pudemos investigar como escudo e o teclado do computador como arma.

Estima-se que um milhão de crianças desaparecem no mundo a cada ano.

- Ficou claro? Um milhão de crianças. Mas essas desaparições, em algum lugar, em algum país, somadas, não chegam a merecer mais que uma pequena menção que aparecerá brevemente em uma página perdida de algum jornal.

- Os grandes meios de comunicação silenciam esse tipo de notícia, tornando-se cúmplices, talvez por temerem ou encobrirem diretamente os que movem os fios desse crime, geralmente poderosos grupos mafiosos e até mesmo personagens estancados no poder. No momento, é à internet que se pode recorrer, buscar informação e pedir auxílio para os pais desamparados que perderam de um dia para outro seus filhos.

E qual é o destino dessas crianças desaparecidas?

- Algumas serão violadas de forma selvagem e assassinadas de forma brutal, enquanto são filmadas nesse ato para satisfazer a morbidez de milhares de doentes pervertidos que chegam a pagar até vinte e cinco mil dólares por estes vídeos, chamados de “snuff films”, que trazem aos criminosos milhões de dólares, fazendo crescer sua avidez por novas vítimas. Somente na Itália foram descobertos mais de 1.500 consumidores dessas gravações. É fácil fazer a conta.

- Outras dessas crianças serão sacrificadas por seitas de adoradores de deuses ou de demônios criminosos que, segundo esses fanáticos, pedem “sangue de inocentes”. Outros serão preparados como escravos sexuais para divertir a confraria de pervertidos poderosos que domina o mundo, e disso - talvez mais do que cuidam em ocultar – falam às “festas” organizadas em luxuosas residências onde são vistos chegar carros escuros chamativos com vidros escuros, e em algumas ocasiões até mesmo limusines, veículos que, como se tudo isso fosse pouco, são protegidos por guarda-costas de celebridades e até mesmo agentes secretos. É algo que fala por si desde as alturas do poder onde se escondem esses mal nascidos. Outras crianças serão fotografadas e passarão a circular em sites da Internet dedicados à pedofilia, como uma mercadoria oferecida a quem a solicitar por esse meio, que é tão útil e ao mesmo tempo tão perigoso para as pessoas.

- Finalmente, outras crianças terão seus órgãos arrancados para que uma família de posses salve seu filho, sem perguntas e entregando uma boa quantidade de dinheiro por esse órgão, em troca da mutilação e até da vida de uma criança seqüestrada e desaparecida.

- Existe informação sobre alguns lugares do planeta onde já é prática comum o desaparecimento de menores para utilização em práticas aberrantes como as mencionadas, mas, para dizer a verdade, não existe um lugar no mundo hoje em dia onde isso não aconteça. Podem ser encontradas, em qualquer bairro, de qualquer cidade, centenas de famílias que choram seu desconsolo pela perda de um filho. Essas famílias não encontram nenhuma resposta a seu panorama aterrador - uma aberração à parte - as polícias não investigam, as autoridades olham para outro lado e a Justiça está mais cega do que nunca. Os poderes do Estado fecham os olhos e ninguém toma a responsabilidade.

Zonas de risco especial

- No Chile desaparecem anualmente 2.000 crianças, como milhares de casos que ocorrem em outros países latinos americanos. Mas, ao contrário do que acontece, políticos e militantes desaparecidos no tempo do ditador Augusto Pinochet, são muito poucos os que exigem o esclarecimento dos casos na justiça e o castigo pelas crianças desaparecidas, enquanto seus pais se afogam de desespero e impotência. O desaparecimento de crianças é um tema tabu, não se pode tocar no assunto, “disso não se fala”.

- Esta parece ser a única medida tomada, como foi dito antes, pelas autoridades do governo, justiça e meios de comunicação ante a eventual aparição de um caso, e, se esse chega a vazar, o escândalo será abafado muito rapidamente; os acusadores passarão a ser os acusados e, se for “necessário” logo começarão a morrer testemunhas e investigadores. Uma família chilena teve cinco filhos desaparecidos como que por encanto. O tema jamais saiu no noticiário, enquanto os pais e mães da região onde ocorreu esse fato viveram muito tempo aterrorizados, ocultando seus filhos para que não fossem os próximos. E tudo ficou por isso mesmo.

- Não há como não se lembrar do nazista Paul Schäeffer, que liderava uma seita de escravos sexuais alemães que incluía crianças, tinha um grande campo de concentração no sul do Chile, um verdadeiro estado dentro de outro estado e quando as autoridades decidiram finalmente interrogá-lo, Schäeffer se refugiou na Argentina, onde foi finalmente capturado e extraditado. Entretanto, soube-se que continua utilizando dentro do cárcere, como antes fazia em liberdade, a miséria sexual humana para se proteger e influenciar as autoridades, tal como fez por mais de cinqüenta anos. A pergunta aqui é: Quantos homens importantes da elite chilena aparecem nos 180 vídeos capturados? Conheceremos algum dia seus nomes? A resposta ainda não existe e será muito difícil que venha à luz algum dia.

- Em maio de 2.005, a Scotland Yard revelou em Londres que foi incapaz de rastrear 298 das 300 crianças de raça negra, entre quatro e sete anos de idade, que foram denunciadas como desaparecidas pelas suas escolas em um período de apenas três meses. Essa quantidade surgiu a partir da investigação de assassinato originada pela descoberta do tronco de um menino no rio Tamisa, cuja identidade não foi estabelecida, mas cuja origem era a Nigéria. Acredita-se que esse menino tenha morrido em um assassinato ritual. A polícia britânica teme que o número real de meninos e meninas desaparecidos chegue a vários milhares por ano.

- A jornalista africana Yinka Sunmonu, especialista nesse problema, disse ao programa BBC Today: “Estão traficando crianças. Existe a escravidão doméstica, o abuso físico, o abuso sexual. As crianças um dia estão aqui e no outro…se foram”.

Uma besta A solta na Bélgica

- Para a grande maioria dos habitantes do continente americano, o nome Marc Dutroux não significa muito, mas falar esse nome na Bélgica pode provocar algumas reações viscerais. Dutroux e sua esposa foram declarados culpados, em 1989 de abuso, violência e violação de cinco meninas – a mais jovem com apenas onze anos – e acusados de serem a chave de uma rede internacional de prostituição e pornografia infantil que praticava seqüestro, violação, tortura sádica e assassinato. Naquele ano, Dutroux foi sentenciado a treze anos de prisão por seus crimes – uma pena bastante generosa para esse tipo de delito – mas foi colocado em liberdade após cumprir apenas três anos dessa sentença. Isso aconteceu apesar do diretor da prisão, Yvan Stuaert declarar frente a uma comissão parlamentar: “Um relatório médico o descreveu como um psicopata perverso, uma mistura explosiva. Ele é um perigo evidente para a sociedade”. O homem responsável pela liberação de Dutroux, o ministro da justiça Melchior Wathelet, foi “premiado” logo depois com uma prestigiosa designação para ser juiz da Corte Internacional de Haia. Isso nos faz pensar: O magistrado e os que avaliaram a liberação de Dutroux estariam entre seus “clientes”? Veremos isso mais adiante.

- Depois da liberação desse animal (que perdoem os animais), começaram a desaparecer meninas jovens nas redondezas de uma de suas casas. Embora desempregado e recebendo ajuda social do Estado, Dutroux era dono de pelo menos seis casas e vivia de modo luxuoso. Seus lucros parecem ter vindo do comércio da escravidão sexual, prostituição e pornografia infantil. Muitas dessas casas não eram ocupadas, embora tenham sido usadas como cativeiro onde as meninas seqüestradas ficavam presas em calabouços subterrâneos.
Essas casas de Dutroux foram usadas dessa forma por vários anos depois de sua rápida liberação, com crescente acúmulo de evidências que indicavam isso para a polícia. No entanto, as autoridades não atuaram ou o fizeram de uma forma que implicava uma total incompetência (segundo a maioria dos relatórios da imprensa), ou com cumplicidade policial (segundo a lógica). Os funcionários oficiais parecem ter ignorado sistematicamente todos os avisos que depois mostraram ser verdadeiros, inclusive um depoimento da própria mãe de Dutroux indicando que o seu filho tinha meninas prisioneiras em uma de suas casas. Além disso, a polícia chegou a investigar uma das casas por pelo menos três vezes. Em duas dessas ocasiões se encontravam ali duas das meninas desaparecidas, em péssimas condições e presas em um calabouço construído no porão. Apesar disso, informa o diário britânico “The Guardian”, os investigadores disseram que a busca não obteve resultados, mesmo quando reconheceram que em uma das ocasiões tiveram a impressão de terem escutado “vozes de crianças”.

- Foi em 13 de agosto de 1996, quatro anos depois de começarem as desaparições, que as autoridades prenderam Dutroux e sua esposa – professora de educação primária – um hóspede, um policial e um homem a quem “The Guardian” descreveu como “um sócio com conexões políticas”, depois identificado como Jean Michel Nihoul, homem de negócios de Bruxelas e dono de uma casa de festas. Enquanto isso, um dos indiciados, Michel Lelievre, descrito em uma reportagem da BBC de maio de 2.002 como “um drogadito e pequeno ladrão”, revelou aos interrogadores que pelo menos algumas das meninas raptadas pela rede “foram seqüestradas a pedido, para outra pessoa”. Dois dias depois das prisões a polícia entrou novamente na casa de Dutroux e descobriu a masmorra à prova de som. Tal como havia informado a CNN três anos antes, “a polícia ignorou os avisos dados por um informante que disse que Dutroux estava construindo porões secretos para manter as meninas antes de vendê-las no exterior” Na busca final, foram encontradas meninas de quatorze anos presas no calabouço, amarradas e quase morrendo de inanição, que descreveram para a polícia a forma como foram usadas como prostitutas infantis e na produção de vídeos pornográficos. Mais de 300 desses vídeos foram interceptados pela polícia.

- Em 17 de agosto de 1996 a história se tornou ainda mais suja quando foram feitas escavações na outra casa de Dutroux e foram encontrados os corpos de duas meninas de oito anos de idade. Mais tarde se descobriria que ambas foram mantidas em um dos calabouços por nove meses depois de serem raptadas e que durante esse tempo foram repetidamente torturadas e assaltadas sexualmente, tudo filmado em vídeos.

- Depois as meninas foram deixadas para que morressem lentamente de fome.
Junto aos seus pequenos corpos, foi encontrado também o de Bernard Weinstein, um ex-cúmplice de Dutroux que ocupou uma das casas por muitos anos. Weinstein havia sido enterrado vivo. Poucas semanas depois, foram encontradas mais duas meninas mortas sob a fundação de outra das propriedades de Dutruox. A esta altura, com dez pessoas presas e o número de corpos encontrados aumentando, o furor dos cidadãos belgas cresceu. Queriam saber por que esse homem, apelidado de “a besta belga”, havia sido solto depois de uma pena tão curta e também porque, se as evidências foram aumentando e as meninas desaparecendo, a polícia optou por não fazer nada. Quantas meninas foram assassinadas por causa dessa inação? Perguntavam-se eles.

- Para jogar mais lenha ao fogo, o jornal americano “Los Angeles Times” revelou as denúncias de uma respeitada ativista dos direitos infantis, Marie-France Botté, no sentido de que “o ministro da justiça estaria em uma lista politicamente sensível de acusados de pedofilia”. No entanto, Michel Bourlet, fiscal-chefe acusador no caso de pedofilia, havia declarado publicamente que a investigação só poderia continuar “sem interferência política”.

-Enquanto se realizavam mais prisões, crescia o conhecimento das atrocidades cometidas, junto com as evidências da cumplicidade de personagens de alto nível no governo e na polícia. Um dos cúmplices de Dutroux, o negociante já citado, Jean Michel Nihoul, confessou ter organizado uma orgia em um castelo belga com a participação de funcionários do governo, um ex-integrante da Comissão Européia e várias autoridades policiais. Com bastante precisão, um senador belga chamou a atenção para o fato de que “tais festas eram parte de um sistema que opera até hoje e é usado para chantagear as pessoas de alto escalão que participam delas”. Segundo a BBC, Nihoul declarou descaradamente, debochando: “Eu sou o monstro da Bélgica”, afirmando que não teme a perseguição do Estado por que ele está fora do alcance da lei, uma vez que tem informação que, se publicadas, podem derrubar o governo e o Estado inteiro”.

- As prisões seguiram e nelas apareceram vários oficiais e chefes de polícia que haviam, no mínimo, encoberto a ação das bestas. Até que apareceu uma jovem, Regina Louf, que foi a primeira de onze testemunhas a declarar na polícia como uma delas havia sido vitimada pela rede, que incluía seus pais e sua avó desde que ela era pequena. Regina descreveu seus horrores em detalhes para os funcionários, inclusive dando nomes e entre os quais estavam “juízes de alto nível”, um dos políticos mais poderosos do país, já falecido e “um banqueiro muito influente”. Segundo a jovem, tudo era um negócio que envolvia muito dinheiro e muitos de seus algozes eram filmados secretamente com o propósito de fazer chantagem. Além disso, identificou Jean Michel Nihoul como o organizador das festas, que envolviam não apenas sexo, mas também “sadismo, tortura e assassinato”. Descreveu também as vítimas assassinadas com detalhes, como e onde morreram.

- Apesar de tudo que foi contado por Regina, segundo um relatório da BBC, “a reputação de Regina Louf está hoje destruída na Bélgica. A fiscal geral Anne Thilly a declarou completamente louca apesar dos inúmeros relatórios psicológicos que dizem o contrário. De acordo com os novos magistrados encarregados de seu caso, seu testemunho não tem valor e não será apresentado em nenhuma denúncia contra Dutroux e seus sócios”.

- Pouco depois, uma pesquisa de opinião do “Diário Lê Soir”, de Bruxelas, sugeriu que apenas um em cada cinco belgas confiava no governo e no sistema judiciário da nação, e, como afirmou o jornal “Los Angeles Times” em janeiro de 1998 “a convicção se estende a todos os integrantes do alto escalão – ministros do governo, membros da Igreja Católica, a corte do Rei Alberto II – de que pertenceriam a redes de sexo infantil ou as protegiam”. A prolongada desconfiança dos cidadãos belgas continuou sem alívio quando as autoridades imputadas não sofreram sanção alguma, enquanto se soube, adicionalmente, que pelo menos dez meninos desaparecidos, que se suspeita terem sido presas de Dutroux, nunca foram encontrados.

Conclusões sem conclusões

- Para finalizar com o que, dado o acúmulo de material reunido, poderia chegar a superar uma simples nota para transformar-se em livro, deixaremos como “exemplo” das aberrações que se cometem contra crianças do mundo todo – amparadas e encobertas desde cima, seja a nível governamental, policial, judicial e até mesmo jornalístico – esse caso da “besta belga”. Se este caso todo é uma aberração, não deixa de ser o nível de corrupção de depravação do establishment político e social da Bélgica. Mas, o mais estarrecedor é que este não é um caso isolado.

- No final de 1999, a Letônia foi estremecida por um escândalo de prostituição e pornografia infantil que alcançou o cume do poder político quando a polícia desvendou uma operação em massa que envolvia mais de 2.000 crianças severamente abusadas.

- Em novembro de 2.002, o diário “The Guardian”, informou que muitas pessoas da elite de Portugal estavam ligadas a uma rede de pedofilia. O escândalo explodiu quando, entre outras coisas, se descobriu que por mais de vinte anos, políticos, diplomatas e personalidades dos meios de comunicação vinham abusando de crianças e jovens na Casa de Órfãos Pia, de Lisboa, muitos deles surdo-mudos, com o adendo de que o ex-presidente Antônio Ramalho Eanes, o ex-ministro de Exterior Jaime Garcia e funcionários policiais Sabiam do abuso. Uma organização portuguesa “Inocência em Perigo” estava trabalhando por anos para publicar o problema do abuso infantil e do seqüestro de crianças no país, mas se viu impotente para penetrar o que descreve como “uma escuridão total dos meios de comunicação”.

- Também surgiram casos de pedofilia e assassinato de crianças na Escócia, Rússia e Itália. Nesse último país a polícia investigou 1.700 pessoas e obteve imagens que eram comercializadas pelas redes de delinqüentes e pervertidos. Essas imagens estavam divididas em várias categorias, onde a mais repugnante era aquela que violava e torturava crianças até a morte.

- Casos similares surgiram na Grã Bretanha e na Holanda, alguns deles relacionados com o comércio e troca de “snuff films” altamente cotados, onde existiam imagens que superavam a mais exagerada morbidez.

- A BBC publicou em 1996 o relatório de um caso que foi ignorado pela imprensa de língua inglesa, no qual assinalava que “a polícia mexicana desbaratou uma rede internacional de pornografia infantil com base em um resort de Acapulco que tinha pelo menos 4.000 clientes nos Estados Unidos. Um enviado da ONU que investiga o caso disse que a pornografia infantil às vezes envolve bebês de menos de um mês de idade”.

- Cabe assinalar aqui que no México são em torno de 18.000 por ano as crianças vitimadas por redes de pederastas que atuam geralmente nos mais luxuosos lugares turísticos, no norte e no sul do país, além da capital mexicana. O tema, do qual geralmente escapam as autoridades judiciais, enquanto as policiais se tornam em sua maioria cúmplices dos delinqüentes, foi investigado pela jornalista e ativista de direitos humanos Lydia Cacho Ribeiro, que publicou um livro sobre o tema, “Os Demônios do Éden”, atuação que lhe valeu até o momento algumas dificuldades com as autoridades e contínuas ameaças de morte.

- Em 1998 foi investigada uma rede descrita pela BBC como “a maior e mais sinistra”, chamada de “Wonderland” (País das Maravilhas), com sedes nos Estados Unidos e Grã Bretanha. Segundo o jornal “San José Mercury News”, a polícia “operou invasões coordenadas em 22 estados e 13 países estrangeiros para destruir uma rede de pornografia infantil que trocava pela Internet imagens sexualmente explícitas de crianças a partir de um ano e meio de idade”. Adicionava o jornal que essa era apenas a ponta do iceberg, uma vez que a rede alcançava 47 países. O caso foi descrito como “de virar o estômago” por um oficial britânico, já que, como informou o diário “The Times”, acredita-se que os membros do “Clube Wonderland” usaram seus próprios filhos para as fotos. Em outros casos os pais podem ter recebido dinheiro para permitir o uso dos filhos. Por sua parte, “The Guardian” assinalou que das 1.250 crianças exibidas nas fotografias e vídeos “muitas sofreram lesões e choravam inconsolavelmente enquanto eram violadas sexualmente”.

- E chegamos à Argentina. Um país onde talvez não se conheçam tantos casos de abuso sexual de jovens e crianças como no resto do planeta, mas isso não significa que não existam. Na época, muito se falou sobre o caso do sacerdote Júlio César Grassi, titular da “Fundação Crianças Felizes”, criada por ele. Sem falar na forma como o padre Grassi obteve o dinheiro para edificar e manter sua fundação, o que importa é o que fazia com as crianças e menininhos alojados na entidade, algo que tomou notoriedade pública há quatro anos graças à investigação de um canal de televisão e que, repentinamente, parece ter caído em uma nebulosa. Chama a atenção a demora em se concretizar o julgamento público e oral do sacerdote, anunciado a muito tempo (agora se diz que o julgamento iniciaria em julho, ou, se concretizarão as suspeitas de parcialidade do tribunal a favor de Grassi, em outubro de 2.006), como o misterioso desaparecimento dos meios e a informação sobre sua atividade atual. Entretanto, pôde-se saber que Grassi, que está com a entrada proibida na Fundação, está na realidade alojado em uma casa localizada bem em frente da Fundação e, se isso fosse pouco, entra durante às noites no refúgio de “suas crianças”, com a cumplicidade de pessoas que colaboram com ele desde o começo e que ainda trabalham no lugar.

- Por outro lado, segundo informou o diário “El Clarín”, no começo de dezembro de 2.005, foram detidos na cidade de Villa Maria, na província de Córdoba, dois homens acusados de ter abusado de pelo menos dez menores. As vítimas eram oito meninas e dois rapazes entre cinco e quatorze anos de idade, todos de condição humilde, que eram obrigados a manter relações sexuais com seus captores e eram fotografados nus. Também cresceram o número de casos em províncias do noroeste e nordeste da Argentina, bem como em Santa Cruz, no extremo sul do país.

- E assim se pode continuar infinitamente. Não só os Estados Unidos, com seu poder econômico, é um dos grandes consumidores de pornografia infantil e “importador” de crianças vítimas. A podridão desse delito aberrante se estende ao mundo todo e no mundo todo conta com um campo fértil para atuar e se reproduzir graças à cumplicidade que o sustenta, encarnada nos mais altos níveis governamentais e nos meios que já foram suficientemente mencionados.

O que podemos fazer para combater as “bestas” que não se restringem ao território belga?

- Contamos com muito poucas armas e são muito poderosos os inimigos a enfrentar. Talvez, no momento, só possamos lutar reclamando, falando, gritando, escrevendo, difundindo, até podermos pelo menos ganhar uma posição, como nas grandes guerras em que se lutava por uma colina a partir da qual se poderia seguir avançando para novas posições.

- Essa é uma guerra válida para lutar.

- O desafio está lançado.

http://www.paz-digital.org/new/

http://www.periodicotribuna.com.ar/

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Algumas citações que devem ser levadas em conta colocadas pelo site “Paz Digital”:

“Do cômodo assento de nossas vidas, nunca poderíamos imaginar que milhares de adultos de bem integrassem e até cultuassem a ato de sentir prazer em ver crianças torturadas e assassinadas”. (De um editorial de primeira página do “Correio de la Sierra”, da Itália, setembro de 2.000)

“Detetives britânicos estão tentando acabar com um site que mostra fotografias de um homem comendo um bebê desmembrado. O site, com domicílio na Califórnia, foi relacionado com abuso de crianças em rituais. Um segundo site, que mostra cenas similares de abusos sádicos e rituais foi encerrado com êxito”. (“The Independent”, Grã Bretanha, fevereiro de 2.001).

“Vários fiscais, policiais e testemunhas cruciais cometeram suicídio. Evidências importantes também desapareceram. Então, talvez, Dutroux esteja sendo protegido a partir de cima. Que outra explicação pode haver para tão desonrosa cadeia de eventos?”. (Andrew Osborne em “The Guardian”, Grã Bretanha, Janeiro de 2.002).

“O caso de seqüestro e assassinato do infante pelo pedófilo da Bélgica, Marc Dutroux, permanece sem solução. Ele não foi levado a juízo por esses crimes horríveis. Parece que foi montada uma cortina de aço sobre os fatos, a partir dos mais altos escalões e que ninguém está preparado para expor os envolvidos nesse óbvio encobrimento… Longe de investigar, as pistas que levavam a uma rede parecem ter sido bloqueadas ou enterradas”. (Olenka Frenkiel para a BBC, maio de 2.002).

“O PREDOMÍNIO DA PORNOGRAFIA INFANTIL AUMENTOU DRAMATICAMENTE COM O CRESCIMENTO DA INTERNET. EXISTEM APROXIMADAMENTE 100.000 SITES A NÍVEL MUNDIAL ASSOCIADOS COM A PORNOGRAFIA INFANTIL”.

“Pesquisa inédita, feita pelo site nacional Censura, revela que o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial da pedofilia pela Internet”. (Revista Isto É, Alan Rodrigues, 08/03/2006)

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(*) - Carlos Machado é jornalista investigativo - Colunista de vários sites da Argentina: http://www.avizora.com/atajo/index.htm, http://paz-digital.org/new/ , http://www.periodicotribuna.com.ar , entre outros.

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