sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

OMISSÃO, IMPUNIDADE, DESTRUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE




- Muito se fala sobre a destruição do meio ambiente. Mudanças climáticas, destruição de florestas, mananciais de águas contaminadas, extinção de inúmeras espécies tanto da flora como da fauna, além de incêndios gigantescos que destroem, em questão de horas, aquilo que a natureza levou milhares de anos para construir.

Por outro lado, na questão do fogo, somos obrigados a aceitar a existência de uma cultura secular por parte do povo, o qual, de maneira criminosa ou não, coloca fogo em áreas de terras agricultáveis e em áreas preservadas, pois muitas acham que é bom para a terra e para o plantio.  Todos  os anos, em todo o país, a ignorância dessas pessoas, baseado em em um senso comum estúpido, acabam provocando incêndios de proporções gigantescas, deixando para trás um rastro de destruição.

- O pior, é quando somos atingidos pela negligência dos agentes do Estado destinados a fiscalizar e tentar impedir esses crimes.



- Nesse sentido, em fevereiro de 2015, uma pessoa comprou um sítio com divisa anexa ao nosso. Esse cidadão colocou, por cinco vezes, fogo na sua área, sob a falsa  ilusão de que estaria fazendo uma limpeza ambiental, além de provocar a destruição da mata ciliar do igarapé. Da penúltima, vez o fogo atingiu o nosso sítio e dos vizinhos próximos, inclusive a casa de um deles. O prejuízo foi enorme. Três caixas de abelhas destruídas, milhares de outras abelhas foram mortas, produção de mel em baixa, dezenas de animais silvestres foram mortos, centenas de espécies vegetais nativos do lavrado foram destruídos, os quais levarão décadas para se recompor e talvez nem isto ocorra mais.


- Obviamente, como vivemos em um Estado Republicano dito de Direito, foi formulada a denúncia para o IBAMA/RR, para a Fundação do Meio Ambiente e Recursos Humanos, para a Secretária Municipal do Meio Ambiente e realizado um BO, na Delegacia do Meio Ambiente, na vã esperança de que, pelo menos, um desses órgãos tomasse alguma providência. Estamos em dezembro de 2015, e, pelo visto, pouco ou nada foi feito. Essa denúncia nem mesmo está servindo para intimidar esse cidadão, ou conscientizá-lo da desgraça levada a cabo contra a biodiversidade do local.


- Como, a principio, não houve qualquer intimidação por parte das nossas digníssimas autoridades sobre o dito cidadão, recentemente, em outubro de 2015, pela quinta vez, foi ateado fogo na sua área e novamente o fogo adentrou-se  em nosso sítio, queimando, na divisa,  palanques e dois pés de árvores com mais de 30 anos de existência.

- É bom que se diga, que depois desse ocorrido, o cidadão apressou-se em colocar o seu sítio para venda, talvez para evitar algum mal bem maior, já que o Estado foi totalmente omisso nesse caso. O sítio foi vendido e atualmente já está nas mãos de outra pessoa, ao que nos parece, bem mais consciente do valor da biodiversidade do local.

- Com toda a sinceridade, o que podemos esperar desses órgãos estatais de proteção ao meio ambiente? O mínimo possível, pois basta olhar a destruição ambiental, não apenas em Roraima, mas em todo o Brasil para se ter a ideia do que está acontecendo e do que virá  de pior ainda.


- Neste sentido, aqui em Roraima, já estão plantando soja (monocultura agroindustrial) e há muito incentivo para tal plantio, no entanto ninguém observa o custo ambiental que isto irá gerar com o despejo aéreo de toneladas de pesticidas, fungicidas, etc. É obvio a consequente contaminação dos lagos, dos igarapés, dos rio, do lençol freático. Ninguém se interessa com a morte de milhões de abelhas, com a morte de várias outras espécies de maníferos, répteis e insetos essenciais na grande teia da vida. 

- Então, é pura ilusão pensar que alguma autoridade ambiental irá se preocupar com o foguinho ocorrido em um pedacinho de terra, colocado por um piromaníaco ignorante, já que a agroindústria capitalista da monocultura bandida contamina os mananciais hídricos, contamina a própria terra, devasta as florestas e leva a extinção especies da biodiversidade e muito pouco e feito e quando feito são multas irrisórias que não compensam a perda da biodiversidade, muitas vezes de maneira irreversível.

- Em suma, já não tenho esperanças de que o referido cidadão que colocou fogo em suas terras, atingindo as nossas e de outros proprietários,  seja condenado. Até mesmo prefiro que não seja condenado e tampouco multado, já que os donos da soja (transgênica?) e de outras monoculturas, muitas transgênicas, ficarão impunes e com o apoio de muitos políticos que dão total e irrestrita  proteção a esses verdadeiros destruidores da biodiversidade, muitas vezes de maneira irreversível.





  

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