sábado, 1 de setembro de 2007

O RACISMO SOBREVIVE


- O racismo, em todas as suas formas, sempre foi e será uma das grandes causas de sofrimentos para os povos submetidos e humilhados pelas nações que se julgam enviadas por algum Deus para a limpeza étnica, como ocorreu no passado e ainda sobrevive de forma sutil em pleno século XXI.

- Ao longo da história humana, desde os tempos imemoráveis, pessoas impregnadas de sentimentos racistas e fundamentadas em teses com paradigmas falsos buscaram e ainda buscam todo o tipo de argumentos para justificar suas convicções de que uma determinada raça é superior a outra. Entre esses argumentos, os mais abundantes foram os de tipo “religioso” e os de tipo “científico”. Do primeiro tipo faz parte, por exemplo, a idéia absurda de que “apenas os brancos têm alma”, defendida inclusive por setores da igreja católica medieval e de outras religiões, que durante séculos ajudou a justificar “religiosamente” a escravidão de negros e perseguições a judeus. No segundo tipo se enquadram as teorias megalomaníacas da elite nazista e de outras organizações que agem de modo velado, segundo as quais todas as raças “impuras” deveriam de ser varridas da face da terra. Judeus, ciganos e outras minorias pagaram o preço dessas parvoíces na primeira metade do século XX, sem falar do genocídio dos autócnes ocorrido nas três Américas no decorrer dos últimos quinhentos anos, onde revelações documentais desse extermínio chegaram até nós graças às denúncias de Bartolomé de Las Casas e de outros pesquisadores em busca da verdade, pois a versão da história sempre foi contada pelos povos invasores que tentam mostram apenas aquilo que lhes interessa.

- Atualmente a própria ciência, através de um dos seus ramos mais avançados, a genética, está provando aquilo que as pessoas de bom senso já intuíam: existe uma identidade genética praticamente total entre todos os tipos humanos. Ou seja, brancos, negros e amarelos guardam entre si um altíssimo grau de parentesco. As diferenças formais observadas nas diversas etnias - cor da pele, formato da cabeça, dos olhos, etc. – são determinadas apenas pela adaptação ao meio ambiente no qual cada etnia se desenvolveu no decorrer dos milênios.

- Infelizmente, o século XXI fez a sua estréia sob o estigma da divisão entre o “bem”, simbolizado por povos ocidentais (preferencialmente americanos dos EUA e europeus) e o “mal”, estereotipados em alguns povos pelos dominadores, além da criação de novos “muros de Berlim”, como o que esta sendo construído na fronteira do México com os EUA, ou o de Israel, separando os territórios palestinos. Alguém já até comentou a construção de muros isolando as favelas do Rio de Janeiro. Tudo isto servirá apenas para aumentar a segregação social e racial, além de estimular ainda mais o racismo.

- Parte de um povo que foi perseguido por teorias racistas abomináveis, hoje vai aplicando violências, com crueldade e humilhações semelhantes pelo que passaram os seus ancestrais. Ainda bem que em Israel nem todos concordam com o progressivo massacre do povo palestino.

- Em 1994 nos Estados Unidos foi publicado um livro pelos psicólogos Charles Muray e Richard Herrnstein que demonstrava que o QI dos negros era inferior ao dos brancos. O objetivo do livro era praticamente político: abolir os programas sociais, colocados em prática há 30 anos pelo governo norte-americano, em favor dos mais pobres.

- Apesar das provas científicas alguns psicopatas religiosos e políticos as centenas, continuam firmes em suas teses racistas. Ainda bem que para os olhos da verdadeira Ciência e do próprio Cosmos um racista é apenas um sofredor cheio de ódio, impregnado por ideologias duvidosas e muitas vezes fundamentada até mesmo em algumas religiões, não passando de pessoas perigosamente ignorantes que se baseiam naquilo que alguns chamam de cientificismo dos sábios do quase nada e ignorantes do quase tudo. Sinceramente são pessoas dignas de compaixão.

- Por tudo isto, os cidadãos do mundo, de mentes equilibradas e bem informadas, deveriam de estar atentos, pois a omissão desses cidadãos, já está gerando novas formas de escravização, opressão, exclusão e limpeza étnica, como já se bem vê em várias republiquetas governadas por grupos de criminosos, algumas repúblicas modorrentas governadas por democracias viciadas e monarquias obtusas que não deveriam de estar inseridas no mundo globalizado em busca do equilíbrio planetário e mais cidadania. Esta é a sociedade mundial que queremos? Queremos um mundo idealizado por George Orwell em seu livro “1984”? As próximas gerações terão as respostas geradas pelas conseqüências dos que estão aqui e agora.

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