terça-feira, 6 de novembro de 2012

COMO CRIAR UM DELINQUENTE: UM ALERTA AOS PAIS

Um magistrado espanhol (Emílio Calatayud) publicou em seu livro, em 2007, com uma pitada de ironia, dez regras básicas para desenvolver um comportamento delinquente nos filhos.

Outrossim, o autor deveria de ter colocado nesse decálogo a influência perniciosa de inúmeros programas impulsionadores para o crime, transmitidos por aquele aparelinho que ocupa um lugar nobre dentro das nossas residências, a televisão.

É inquestionável que milhares de jovens aderem a pérfidos costumes, influenciados por novelas licenciosas, por programas burlescos, por filmes pornográficos e violentos etc, além da influência de enxertos subliminares inseridos em muitos desses programas com o objetivo de influenciar o subconsciente das crianças, dos adolescentes e dos adultos. Tudo isto sem nenhum tipo de controle. Tudo em nome da liberdade, o que, infelizmente, acaba virando libertinagem. Isto é interessante para muitos dos que estão no poder (políticos corruptos) e gigantescas empresas transnacionais (corporatocracia).

Por outro lado, as regras citadas pelo magistrado já estão sendo aplicadas a décadas por muitos pais incautos ou já dominados pelo sistema e o resultado vergonhoso é esse que vemos todos os dias pelas mídias.
Além disso, esse decálago também se faz presente nas atitudes, pouco recomendáveis, em muitos dos nossos filhos, dos filhos dos nossos vizinhos e dos filhos dos nossos parentes.

Enfim, parafraseando o decálago do Excelentíssimo  Sr. Dr. Juiz:


1ª – Comece desde a infância a dar ao seu filho tudo o que este lhe peça. Deste modo ele crescerá convencido de que o mundo inteiro lhe pertence;

2ª – Não se preocupe com a sua educação ética ou moral. Espere que ele atinja a maioridade e possa, então, decidir livremente;

3ª – Quando ele disser palavrões, ria-se. Assim estará a encorajá-lo a fazer mais coisas engraçadas;

4ª – Não o chame á atenção nem lhe diga nunca que está mal, algo que ele tenha feito. Poderia desenvolver-lhe sentimentos de culpabilidade;

5ª – Recolha tudo o que ele deixar espalhado pelo chão: livros, sapatos, roupa, brinquedos…deste modo adquirirá o hábito de atribuir a responsabilidade aos outros;


6ª – Deixe-o ler tudo o que lhe vier parar ás mãos. Preocupe-se com a esterilização dos seus pratos, talher e copos, mas não se preocupe que o seu cérebro se encha de lixo;

7ª – Discuta com frequência com o seu cônjuge na presença do seu filho, deste modo, ele não sofrerá muito no dia em que a família, devido ao seu próprio comportamento, se desfaça e fique destroçada para sempre;

8ª – Dê-lhe todo o dinheiro que queira gastar, não vá ele suspeitar que para dispor do mesmo, seja necessário trabalhar;

9ª – Satisfaça todos os seus desejos, vontades, caprichos e prazeres. O sacrifício e a austeridade poderiam provocar-lhe frustrações;

10º – Ponha-se do seu lado em qualquer conflito que tenha com os seus professores ou vizinhos, etc. Pense que todos eles querem prejudicar o seu filho e que na verdade apenas o querem aborrecer.

Referência
Calatayud, E. (2007). Reflexiones de un juez de menores. Colección Almínares. Granada: Libros Dauro. Nº 96.

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