– Nesta quarta feira passada (20/11/2024) tivemos, pela primeira vez, um feriado nacional em homenagem ao Zumbi dos Palmares, institucionalizado pela Presidente Dilma, deposta por impeachment.
– Mas quem foi realmente esse homem negro que desafiava os invasores escravagistas portugueses e ate mesmo os holandeses invasores da época? Há outros homens negros e negras que mereciam estar no lugar desse homem tido como herói? Foi um erro estipular um feriado nacional pela nova esquerda ideológica em homenagem ao Zumbi, para agradar a população negra do Brasil? Se não vejamos alguns fatos levantados pelos heroicos e corajosos revisionistas da história.
– Zumbi pode ser considerado como o último líder líder militar que comandou o famoso Quilombo dos Palmares, da Capitania de Pernambuco, cujo dados da sua existência remonta o século XVI. Zumbi tinha nascido livre dentro do respectivo Quilombo e, segundo alguns historiadores, foi considerado sobrinho de um rei, o Gamba Zumba.
– Esse rei, ao que parece foi envenenado por descontentar alguns poderosos habitantes do Quilombo. Esse rei, Canga Zumba, teria conseguido um acordo com os portugueses para por fim a matança de ambos os lados. Se esse acordo tivesse vingado, o Quilombo provavelmente não teria sido destruído? Zumbi teria que ver alguma coisa com o assassinato do seu tio? O certo é que Zumbi acabou virando o último rei de Palmares, nunca aceitou nenhum acordo, inclusive até mesmo o perdão de Dom Pedro II. Era óbvio que, menos dia, mais dia, o quilombo seria conquistado e destruído, com centenas de mortes de mulheres, crianças , velhos e gente comum. Isto poderia ter sido evitado se não fosse a ganância, a intolerância e o orgulho desse rei, segundo alguns historiadores, um ditador sanguinário. Seria esse guerreiro negro um herói, protetor da liberdade e contra a opressão dos portugueses escravagistas da época?
– Vejamos alguns dados investigados pelos corajosos revisionistas da história.
– Zumbi ao assumir o controle do Quilombo, após o assassinato do rei Gamba Zumba, de acordo com os pesquisadores revisionistas, adotou leis mais rígidas; aumentou a prática de assaltos nas fazendas próximas do Quilombo. Capturava escravos dessas fazendas, os quais continuavam escravos dentro da sociedade dos quilombolas. Eram livres apenas os negros escravos que conseguissem fugir para o Quilombo. Já os negros sequestrados das fazendas pelas tropas do rei Zumbi, não teriam a mesma sorte, ou seja, continuavam sendo escravos, agora das famílias mais poderosas do Quilombo e dos amigos do rei obviamente.
– Outrossim, os escravos capturados nas invasões das fazendas, povoados e vilas, podiam conseguir a alforria, desde que sequestrassem um outro negro para ficar em seu lugar, como escravo.
– Outra prática criminosa do líder Zumbi, era sequestrar mulheres brancas para se casarem com os quilombolas, segundo o jurista Marcelo Andrade. Racismo para com o seu próprio povo? Mulheres negras seriam rejeitadas?
– Outro crime cometido era o espancamento até a morte por algum crime cometido dentro do Quilombo. Se um negro tentasse fugir do Quilombo era caçado e executado sem o mínimo de justiça.
– Por essa seara de crimes, os revisionistas também detectaram que havia a cobrança de tributos, de armas, de alimentos das vilas e povoados da região. Quem não cooperasse tinha as suas plantações e canaviais queimadas e seus escravos capturados. Obviamente quem resistissem poderia ser torturado ou executado, como provavelmente ocorria.
– É interessante dizer que muitos negros vizinhos do Quilombo de Palmares, na realidade, tinham ódio dos seus habitantes pelos constantes assaltos e sequestros dos seus parentes para servirem de escravos. Era óbvio que a sobrevivência do Quilombo de Palmares ficaria cada vez mais fragilizada com o passar do tempo e seria destruído em algum momento, obviamente com a ajuda das vítimas negras e brancas vitimizadas pelas investidas criminosas de Zumbi e de suas tropas.
– Também a indícios de intolerância religiosa, já que a feitiçaria era proibida e obviamente havia risco de espancamentos e execuções. Que feitiçaria seria essa? Naquela época muitas mulheres eram queimadas vivas pela Santa Inquisição da Igreja Católica Apostólica Romana. No Brasil as hereges feiticeiras eram mandadas para Portugal, para serem executadas por lá. Um show de intolerância religiosa dos que se diziam enviados de Deus? Qual a religião que predominava dentro do Quilombo de Palmares? Cristianismo? Haveria negros muçulmanos, dentro de Palmares, como os nobres guerreiros Malés que foram assassinados pelo sistema?
– Enfim, um homem negro poderoso que escravizava outros negros, que estabeleceu um cruel governo despótico ditatorial, que cometia vários outros crimes, com certeza esse Zumbi não é um herói e tampouco um socialista que praticava as ideias de Marx como alguns da nova esquerda tentam emplacar fanaticamente, inclusive levantado estatuas para ele como ocorrido em Porto Alegre/RS, provavelmente por marxistas. desconhecedores da verdadeira história.
– Por outro lado, em nossa história, temos sim outros negros, verdadeiros heróis, como o escritor Machado de Assis (1830-1908); Luiz Gama (1830-1882), Patrono da Abolição da Escravidão); Maria Firmina dos Reis (1825 – 1917), a primeira escritora romancista do Brasil; Gamba Zumba, o rei assassinado; Aqualtune, a lendária princesa guerreira africana escravizada pelo Brasil, cujo neto é nada mais, nada menos que o Zumbi. Ela, sim, simbolizou a liderança e a luta dentro do sistema escravocrata dos portugueses e de seus descendentes; Esperança Garcia (1), século XVIII, advogada que lutava pelos direitos dos negros; Maria Firmina dos Reis, primeira mulher negra a publicar em 1859 um romance de título Úrsula no Brasil; Luíza Mahin, uma verdadeira heroína, mãe de Luiz Gama e articuladora da Revolta dos Malés (1835); Antonieta de Barros, primeira mulher negra a ser eleita como deputada no Brasil (1934), em Santa Catarina e se dedicou a educação. Há muitas outros negros e negras, que mereciam um feriado federal em seus nomes e não o de Zumbi, suspeito de inúmeros crimes contra o seu próprio povo e que, pela falta de diplomacia, de bom senso, levou a derrocada do Quilombo de Palmares, com milhares de mortos. Há historiadores que dizem que houve apenas um sobrevivente, ou seja mataram até as crianças, como ocorreu na Guerra de Canudos (1896 a 1897) e na Guerra do Contestado (1912 a 1916), ocorridas na já Republica, surgida após um golpe contra a monarquia, em 1896 dada pelo Exército.
– Por fim, uma coisa é certa: há muitos indícios de crimes, e, por si só, frisando novamente, Zumbi, ele não poderia ser homenageado com um feriado federal. Qual teria sido o objetivo real desses governos de esquerda? Alterar a história com mentiras? É bom lembrar que mentiras repetidas milhares de vezes acabam se tornando uma verdade (Joseph Goebbels, Ministro de Propaganda Nazista), obviamente para o interesse daqueles que propagam essa mentira ou mentiras e, nessa seara, tanto alguns da esquerda como muitos da direita, são especialistas, principalmente nos dias atuais, com milhares de imbecilizados e condicionados com técnicas modernas, atrelados aos cordelinhos, movimentados pelos que realmente mandam. Esses condicionados e manipulados, não conseguem usar a voz da razão, não conseguem ver a verdade e são impulsionados a se digladiarem, ilusoriamente, entre a esquerda e a direita, que nos empurraram um feriado nacional em homenagem a um suspeito de vários crimes, entre eles assassinatos, assaltos, estupros, escravagismo e sequestros. Zumbi, em parte se igualou aos invasores portugueses. Vamos que vamos e a vida que segue!
(Que tal dar uma olhada no artigo: Calabar traidor ou Herói?)
ALGUMAS REFERÊNCAS
Edison de Souza Carneiro (1912-1972), escritor, especializado em temas afro-brasileiros. Foi um dos maiores etnólogos brasileiros, comprometido com os estudos sobre a cultura-afro-brasileira . Foi militante do Partido Comunista Brasileiro a partir de 1930.
Flavio dos Santos Gomes, escritor – Atua como professor dos programas de pós-graduação em História Comparada (UFRJ) e História (UFBA). Desenvolve pesquisas em história comparada, cultura material, escravidão e pós-emancipação no Brasil, América Latina e Caribe, especialmente Venezuela, Colômbia, Guiana Francesa e Cuba. Atua no Laboratório de Estudos de História Atlântica das sociedades coloniais e pós-coloniais (LEHA) do Instituto de História da UFRJ.
Marcelo Andrade, jurista, historiador e professor do Núcleo de Formação do Brasil Paralelo.
Décio Freitas, escritor – Historiador marxista e jornalista. Não se limitava a compilar informações bibliográficas, mas ia às primitivas fontes. Livro importante: Palmares: A Guerra dos Escravos.
Leandro Narloch, escritor e pesquisador. Livro importante: Guia politicamente incorreto da Historia do Brasil.
Julia de Miranda, colunista – (https://azmina.com.br/reportagens/heroinas-negras-do-brasil/)
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