segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

AS CHAMAS DAS VIRTUDES CONTINUAM VIVAS PARA MUITOS

- Revendo algumas das sábias e célebres frases de Rui Barbosa e comparando com aquilo que vivenciamos na atualidade, verificamos que houve um grande desenvolvimento nas áreas tecnológicas, muitas voltadas para o consumo exacerbado, sem limites e predador, temos um desenvolvimento desmesurado da criminalidade gerada, entre outras causas, pelas grosseiras falhas educacionais em nível de família e Estado. No campo ético e moral, infelizmente, o desenvolvimento foi um tanto lento e apático, o que enfraquece a República brasileira.

 - Da época de Rui Barbosa para a atual, o crescimento da falta de princípios dignos no agir e no falar deixam transparecer o desrespeito para com todas as formas de vida, o desrespeito pela propriedade alheia e o desrespeito para com a sexualidade, apesar das leis articuladas, porém constantemente desrespeitadas, muitas vezes pelo próprio governo.

- Outrossim, na época atual a mentira é enaltecida em prejuízo da verdade e o crime se organiza em nível de governo, com reflexos para todos os governados.

- Por esse caminho tortuoso, pessoas de extrema má índole conseguem galgar os postos políticos, cometem todos os crimes possíveis de lesa-pátria e ainda conseguem se manter no poder, para o descrédito dos bons cidadãos, da própria Democracia e da República.

- Mas, felizmente, ainda cremos em mudanças revolucionárias, com ajuda daqueles que ainda não sucumbiram pelos encantos da corporatocracia desumanizada, pela corrupção entranhada em meio aos governantes e governados e pelo crime organizado  do tráfico de pessoas, armas, órgãos humanos e drogas. 

- Acreditamos que a fala correta, a ação correta, a compreensão correta, o pensamento correto, o meio de vida correto, o esforço correto, a atenção plena correta e a concentração correta de alguns governantes e parte dos governados poderão ainda sobrepujar o atual descalabro que assola a República brasileira a decênios, eliminando assim sofrimentos diversos e o descrédito nas instituições republicanas.

- Destarte, acreditar, a exemplo de Rui Barbosa, é necessário para que a chama revolucionária não se apague e agir no momento certo para que a razão se  sopreponha a emoção, que a verdade seja vitoriosa com o banimento dos maus brasileiros  da vida pública e punições severas dos vários criminosos que estão no poder e entre os governados.

- Portanto, na esperança de dias melhores, para fortalecer a chama revolucionária, a qual  com a sua luz mantém vivos os bons princípios de uma Nação Justa e Perfeita , finalizamos com o lume das palavras do eminente corifeu e jurista Rui Barbosa:


- “Meu País conhece o meu credo político, porque o meu credo político está na minha vida inteira. Creio na liberdade onipotente, criadora das nações robustas; creio na lei, emanação dela, o seu órgão capital, a primeira das suas necessidades; creio que, neste regime, não há poderes soberanos, e soberano é só o direito, interpretado pelos tribunais; creio que a própria soberania popular necessita de limites, e que esses limites vêm a ser as suas Constituições, por ela mesma criadas, nas suas horas de inspiração jurídica, em garantia contra os seus impulsos de paixão desordenada; creio que a República decai, porque se deixou estragar confiando-se ao regime da força; creio que a Federação perecerá, se continuar a não saber acatar e elevar a justiça; porque da justiça nasce a confiança, da confiança a tranqüilidade, da tranqüilidade o trabalho, do trabalho a produção, da produção o crédito, do crédito a opulência, da opulência a respeitabilidade, a duração, o vigor; creio no governo do povo pelo povo; creio, porém, que o governo do povo pelo povo tem a base da sua legitimidade na cultura da inteligência nacional pelo desenvolvimento nacional do ensino, para o qual as maiores liberalidades do tesouro constituíram sempre o mais reprodutivo emprego da riqueza pública; creio na tribuna sem fúrias e na imprensa sem restrições, porque creio no poder da razão e da verdade; creio na moderação e na tolerância, no progresso e na tradição, no respeito e na disciplina, na impotência fatal dos incompetentes e no valor insuprível das capacidades.

- Rejeito as doutrinas de arbítrio; abomino as ditaduras de todo o gênero, militares ou científicas, coroadas ou populares; detesto os estados de sítio, as suspensões de garantias, as razões de Estado, as leis de salvação pública; odeio as combinações hipócritas do absolutismo dissimulado sob as formas democráticas e republicanas; oponho-me aos governos de seita, aos governos de facção, aos governos de ignorância; e, quando esta se traduz pela abolição geral das grandes instituições docentes, isto é, pela hostilidade radical à inteligência do País nos focos mais altos da sua cultura, a estúpida selvageria dessa fórmula administrativa impressiona-me como o bramir de um oceano de barbaria ameaçando as fronteiras de nossa nacionalidade”. (" Resposta a César Zama". Discurso no Senado Federal em 13 de outubro de 1896. Obras Completas de Rui Barbosa, Vol. XXIII, 1896, tomo V, p. 37-38).

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