Mal
terminou o mês de janeiro de 2013 e os indicadores da guerra urbana, a que
estamos sendo submetidos diariamente, nas últimas décadas pelo Estado, já demonstram
que esse ano será ainda pior do que os anos anteriores, desde o começo do
século XXI.
A
característica que mais se destaca é o da impunidade, fruto de uma justiça
pouco capaz, cara e morosa.
Obviamente,
essa justiça é refém de inúmeras leis repletas de lacunas, originadas por
muitos parlamentares corruptos e sem uma consciência social mais abrangente das
verdadeiras causas sociais da criminalidade, dos seus efeitos deletérios sobre
a juventude de todas as classes sociais, do apodrecimento da ética e da moral dentro
da sociedade.
Outrossim,
as punições(1) oferecidas pelo Estado fragilizado pela corrupção, quando há
(mais de 90% dos crimes não são elucidados), são patéticas para não dizer
risíveis, pois os condenados por crimes cruéis, muitos dos quais totalmente irrecuperáveis,
são agraciados pelo Estado com inúmeros benefícios. Em pouco tempo estarão de
volta às ruas para a continuidade de atos ainda mais pérfidos e cruéis contra a
sociedade, a qual está sendo cerceada em seus direitos de segurança e da
própria vida (mais de 50.000 homicídios/ano). Isto sem falar dos
endinheirados sem princípios e, consequentemente, sem virtudes, os quais
compram a todos e a tudo. Esses dificilmente acertarão as suas contas com a
justiça. Com o tipo de povo que temos, com um pouco de sorte e malandragem, eles
conseguirão uma imunidade parlamentar e foro especial.
Por
outro lado, dentro daquilo que chamam de família moderna, apesar de não ser
regra geral, estão sendo criados verdadeiros predadores humanos. Muitos desses jovens
serão soldados do crime S/A, sem limites para tudo. Os pais já não repassam
mais os valores morais e as virtudes se tornam coisas obsoletas e medievais. O
controle severo sobre a educação básica dos filhos acaba sendo repassado pelos
pais para terceiros, com pouca ou nenhuma instrução escolar e para as escolas,
as quais, muitas, acabam se tornando reféns de grupos de adolescentes e de
crianças acostumadas com a violência das ruas.
Não
podemos de nos esquecer das mídias televisivas, estrategicamente colocadas nas
mãos de muitos políticos e dos seus aliados do capitalismo selvagem. Também
servindo de babá eletrônica para crianças, impulsionando-as para um consumismo
desvairado de objetos com a marca da obsolescência lançados por empresas que
almejam apenas o lucro, não importando os meios para obtê-los. Além disso, disseminam
o sensualismo para crianças em tenra idade e isto sem falar da violência, do sensualismo
pornográfico generalizada das novelas, dos programas apelativos humorísticos e dos filmes violentos
que ensinam a roubar, a matar, a praticar todos os atos mais ignóbeis possíveis
contra os seus semelhantes. Ai está um
dos grandes fatores da violência, já devidamente comprovado.
No
campo político vemos bandidos poderosos, os quais, apesar das sentenças terem
sido pronunciadas pela corte judicial mais alta do nosso País, continuam em
liberdade e, o pior de tudo, desdenhando grosseiramente da democracia e da
própria justiça. Um exemplo? Jose Genoino que apesar de condenado pelo STF
assumiu um cargo de deputado sem nenhuma vergonha na cara. É a certeza da impunidade.
No
mesmo sentido, no Senado Federal, a troca de presidência é um lodaçal sem
precedentes na historia do Brasil. Sai um presidente denunciado por inúmeras
falcatruas, inclusive com a publicação de um livro (Honoráveis Bandidos),
denunciando os crimes perpetuados por esse senhor no decorrer de anos e mais
anos no poder e, em contrapartida, acaba sendo eleito, pela maioria de votos
secretos, o novo presidente do Senado, também denunciado por inúmeros crimes
pela revista Veja e outras mídias. Esse é o Brasil. Esse é o Senado da
República.
Enfim,
todos esses fatores e muitos outros acabam alimentando a máquina de guerra
urbana, a limpeza étnica etc., com a ascensão da corrupção, dos crimes, da impunidade
e do genocídio de milhares de brasileiros todos os anos. Somente com remédios muito amargos poderíamos
salvar o que resta de democracia, dar um futuro mais justo e perfeito para as
gerações futuras e impedir que o Crime S/A, com todas as suas subdivisões
econômicas e políticas, continue impondo, paulatinamente, o domínio, dentro dos
três poderes da República brasileira, cujo lema da bandeira republicana é “Ordem
e Progresso”. A que custas e para quem?
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(1) É interessantes, mas as punições
com o cerceamento da liberdade de quase 600.000 pessoas jogadas em prisões medievais
tornam o Brasil o quarto país do mundo com o maior contingentes de presos
jovens. A grande maioria são pessoas pobres, negras e pardas.
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